Nossa Senhora das Brotas é um título católico dedicado a Maria, mãe de Jesus de Nazaré. A história desse
título é muito antiga, multi centenária. O
início do culto a Nossa Senhora das Brotas começou em Portugal, após a aparição de Nossa Senhora para um pastor, sendo que ele
alcançou uma graça e Nossa Senhora teria pedido para que os moradores de Águias edificassem uma
Capela, que hoje é o Santuário de Nossa Senhora das Brotas. O Santuário está construído onde
apareceu Nossa Senhora. Durante
séculos esse Santuário é um dos principais centros de peregrinações.
No início era uma
humilde capela, logo a notícia foi ficando conhecida e por causa do sempre
crescente número de romeiro o Santuário teve de aumentado. O Arcebispo de Évora, mais tarde
Cardeal Dom Afonso, que era filho do rei D.Manoel, percebeu que o
santuário era melhor e mais importante que a igreja paroquial, suprimiu a
igreja e fez do Santuário a Matriz da freguesia. A mais antiga imagem de Nossa Senhora
das Brotas, data do século XVI, e é feita em marfim.
Pela influência de Portugal, o
culto a Nossa Senhora das Brotas chegou ao Brasil. Desde a
fundação da Capitania da Baía, foram construídos vários templos em honra a Nossa Senhora das Brotas,
além de ser Padroeira em vários templos e igrejas, ela também é Padroeira das
seguintes igrejas matrizes:
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Arquidiocese
de Salvador
§
Arquidiocese
de Mariana
§
Arquidiocese
de Maceió
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Arquidiocese
de Cuiabá
§
Arquidiocese
de Campinas
§
Diocese de Barra
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Nossa Senhora das Brotas é a
possibilidade mais provável para que a cidade de Brotas tenha sido batizada com
esse nome, por causa da devoção de Dona Francisca Ribeiro dos Reis.
Também por meio dos portugueses,
foi construído o primeiro templo católico da Índia, a Igreja de Nossa Senhora das Brotas de Angediva. Em reconhecimento do seu
papel como local simbólico de igreja-mãe na
introdução do catolicismo na Índia, a Igreja de Nossa Senhora das Brotas
recebeu uma insígnia concedida pela Santa Sé, que nela se encontra exposta.
A história do culto a Nossa Senhora das Brotas no município de Piraí do Sul é diferente de outros
lugares que foi influenciada por portugueses. Tem início em 1808, quando o Frei Antonio de Sant’Ana Galvão, hoje São Frei
Galvão, em missão da Província Franciscana da Imaculada Conceição, e ao chegar às margens do Rio Piraí, decidiu ficar
alguns dias no povoado, pregando e atendendo o povo da região. Enquanto
permaneceu na região, ficou na casa de dona Ana Rosa Conceição de Paula, ao se
despedir-se da casa ao qual foi acolhido deu de presente uma estampa de Nossa
Senhora das Barracas com a
dedicatória: “Lembrança do Frei Galvão”, além de ter dito:
“Venerai sempre
esta Santa Efígie, porque ela é
muito milagrosa.”
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A estampa foi
colocada em uma cartolina dura, para melhor conservá-la rodeando-a com uma
moldura de madeira, tendo em sua residência, recebido um lugar de grande
destaque.
Anos após, Ana Rosa
de Paula, contraiu segundas núpcias com Joaquim Maciel, transferindo-se para a
casa deste. Ao momento da mudança a estampa foi perdida e apesar das buscas,
não conseguiram encontrar. Certo dia, indo pelas cercanias de sua casa, no mato
ali existente, que fora totalmente destruído por um grande incêndio, a Srª Ana,
encontrou a estampa, no dia 26 de
dezembro, entre raízes e brotos
novos de vegetação. O fogo havia destruído totalmente a moldura de madeira,
sem, no entanto, lesar a estampa de papel, que ficou levemente chamuscada.
Perplexos com este fato interpretaram-no como um milagre operado por Nossa
Senhora. Com o fato as pessoas
decidiram rebatizar a estampa com o nome de Nossa Senhora das Brotas.
Em 2004 Nossa Senhora das
Brotas foi considerada e declarada “Padroeira do Caminho das Tropas”. que é a parte paranaense do Caminho,
indo de Sengés até Rio Negro,
passando por 16 municípios.
No rodapé da estampa
está a frase: “Verdadeiro retrato da Prodigiosa Imagem de Nossa Senhora das
Barracas, que se venera na Igreja do Beato Antônio”, indica que a gravura é uma
cópia fiel da imagem original que é venerada na igreja do santo, natural de
Lisboa, Santo Antônio de
Pádua.
O título original de
“Nossa Senhora das Barracas” nunca foi usado pelo povo a qual era chamada
simplesmente de “Santa”. Mas desde o dia em que a encontrada em meio às cinzas
e entre novos brotos foi chamada de “Nossa Senhora das Brotas”.
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