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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Igreja uruguaia promete excomungar políticos que aprovarem a lei do aborto no país.


Montevidéu (Quarta-feira, 28-12-2011, Gaudium Press ) Católicos uruguaios estão vivendo um verdadeiro drama neste final de ano. A preocupação está em torno da aprovação por parte do Senado do projeto de lei que legaliza o aborto nas 12 primeiras semanas de gestação. A votação aconteceu na última sessão da casa e agora segue para a Câmara dos Deputados que, mesmo tendo encerrado os trabalhos de 2011, já sinaliza com a aprovação do projeto. O que torna as coisas ainda mais difíceis é o fato de que o presidente do Uruguai, José Mujica, declarou que “não usará sua possibilidade de veto nesta matéria”.
Após nove horas de debate, o projeto de lei foi aprovado por 17 dos 31 senadores presentes, em sua maioria da Frente Ampla e um voto de um senador do Partido Nacional, de oposição. Segundo a senadora Mónica Xavier, “a lei vigente é ineficaz, discriminatória e injusta, por que algumas mulheres podem levar adiante suas decisões e outras, não”.
A senadora explicou ainda que a medida constitui “um mecanismo de garantia de que a mulher que não pode prosseguir com a gravidez tenha as mesmas garantias da mulher que levou a gravidez a termo”.
O texto do projeto afirma que “toda mulher maior de idade tem o direito de decidir pela interrupção voluntária da gravidez durante as primeiras doze semanas de gestação”. O prazo não se aplica se a gravidez foi produto de estupro, se há risco para a saúde da mulher ou se existem “problemas fetais graves, incompatíveis com a vida fora do útero”.
Com a aprovação do projeto, todos os serviços de saúde, públicos e privados, terão a obrigação de realizar o aborto de forma gratuita se forem solicitados.
A lei vigente, aprovada em 1938, pune com entre três e nove meses de prisão a mulher que faz aborto não autorizado.
A Igreja Católica uruguaia já anunciou que deve excomungar os legisladores que se posicionarem a favor da descriminalização do aborto. Nas últimas décadas, houve várias tentativas para legalizar a prática do aborto no Uruguai.
A Conferência dos Bispos do Uruguai, através de seu presidente, Dom Jaime Fuentes, publicou uma nota direcionada aos senadores e criticando duramente a aprovação do projeto. O prelado relata a visita que fez no início do mês a uma penitenciária feminina onde teve o contato com duas presas que vivem com seus filhos; uma menina de um ano e meio e outra de dois anos.
Segundo Dom Jaime “uma das mulheres me pediu que as batizasse; ela e sua filha. Perguntei sobre o pai da criança e a mãe, não sabia dizer quem era, mas, afirmou que, por sua filha, daria a própria vida”.
O presidente da Conferência Episcopal afirma ainda que o relato desta visita não é para contar apenas uma “pequena história comovente”, mas mostrar que são “mulheres uruguaias de verdade, sem ideologias e com muito peso nas costas por estarem presas porque roubaram e praticaram outros delitos, mas tem bem claro que a vida é sagrada, divina, no sentido mais espontâneo e forte da palavra”.
Dom Jaime questiona os senadores perguntando sobre o que pretendem com a lei do aborto. “Não é suficiente a violência diária da qual padecemos e querem facilitar ainda mais a maior delas matando as crianças no ventre de suas mães? Pensam que, tornando o aborto legal, essa prática deixará de ser crime que agrava a consciência da mulher que o pratica? Pensam que esta lei é progressista porque com ela, a mulher decidirá sobre seu próprio corpo? Essas são ideias que não correspondem ao pensamento da mulher uruguaia.”
Dom Jaime Fuentes termina sua mensagem afirmando que “estamos em tempo que reclamam a grandeza de espírito e por isso, busquem soluções humanas a maior e mais humana das situações. Os senhores tem capacidade de encontrá-la”. (LB)

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Cardeal Ranjith: é chegado o momento para que sejamos valentes em trabalhar para o retorno da verdadeira liturgia

Carta do Cardeal Ranjith à Foederatio Internationalis Una Voce 



Fonte/Tradução: Montfort

Primeiramente, quero expressar meu agradecimento a todos vocês pelo zelo e entusiasmo com que promovem a causa da restauração das verdadeiras tradições da Igreja.
Como vocês sabem, é a adoração que aumenta a fé e sua realização heroica na vida. É o meio pelo qual os seres humanos se elevam ao nível do transcendente  e eterno: o lugar de um encontro profundo entre Deus e o homem.
Por esta razão, a liturgia nunca pode ser criada pelo homem. Porque se adoramos da maneira que queremos e estabelecemos as normas nós mesmos, então corremos o risco de recriar o bezerro de ouro de Aarão. Temos que insistir constantemente na adoração como a participação naquilo que Deus mesmo faz, pois, do contrário, corremos o risco de nos envolvermos na idolatria. O simbolismo litúrgico nos ajuda a nos elevarmos por cima do que é humano ao que é divino. Neste sentido, é minha firme convicção de que o Vetus Ordo, para o encontro com Deus na liturgia, representa plenamente a maneira mais satisfatória, que  chamam mística e transcendente. Portanto, é chegado o momento para nós de não só renovar a nova liturgia através de câmbios radicais, senão também estimular mais e mais a volta do Vetus Ordo, como um caminho para uma verdadeira renovação  da Igreja, que foi o que os padres sentados no Concílio Vaticano II tanto desejaram.
A leitura cuidadosa da Constituição sobre a Sagrada Liturgia, Sacrosanctum Concilium mostra que as alterações introduzidas na liturgia mais tarde, nunca estiveram na mente dos padres do Concílio.
Assim, é chegado o momento para que sejamos valentes em trabalhar por uma verdadeira reforma da reforma e também para um retorno da verdadeira liturgia da Igreja, que se desenvolveu ao longo de sua história bimilenar em um fluxo contínuo. Desejo e rezo para que se suceda.

Que Deus abençoe seus esforços com o êxito.

+ Malcolm Cardeal Ranjith
Arcebispo de Colombo

24/8/2011

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Oração do venerável Frei Bartolomeu dos Mártires (1514 - 1590)

O autor, dominicano, foi Arcebispo de Braga e padre do Concílio de Trento. Era chamado de santo por São Pio V e por São Carlos Borromeu e fazia muitos milagres, mas não foi canonizado.
“Senhor, os olhos da minha alma estão cegos, porque não vejo qual é o bom e qual é o mau. Os falsos bens deste mundo me parecem verdadeiros e grandes, e os verdadeiros do outro não estimo nem desejo com eficácia, e, por isso, alumiai  meus olhos para que veja as coisas como elas são: as vãs, como vãs e as verdadeiras, como verdadeira, para que desprezando as vãs e amando as verdadeiras, mereça chegar à luz eterna. Amen.”

domingo, 25 de dezembro de 2011

Que todos tenham um Santo e Feliz Natal


"A saudação frequente de todos nesses dias é "Feliz Natal! Boas festas!" Façamos isso de modo que, mesmo na sociedade atual, a troca de saudações não perca seu profundo valor religioso e a festa não seja absorvida por aspectos exteriores, que essas toquem mesmo o coração. Certamente, os sinais externos são lindos e importantes, desde que não nos desviem, mas devem nos ajudar a ver o natal no seu sentido verdadeiro, aquele Sagrado e Cristão, de modo que também a nossa alegria não seja superficial, mas profunda.(Bento XVI)"

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Bento XVI: Não precisamos imitar os pentecostais. “Uma liturgia participativa é importante, mas uma que não seja sentimental”.


O Papa Bento XVI em sua viagem apostólica de dois dias ao Benim-África, respondeu , durante o vôo, às tradicionais perguntas dos jornalistas presentes em sua delegação. Entre elas, uma a respeito do crescimento das seitas pentecostais no continente africano:

Essas comunidades são um fenômeno global, em todos os continentes. Naturalmente, elas estão presentes sobretudo, de formas diferentes, na América Latina e na África. Diria que seus elementos característicos são muito pouca “institucionalidade” e poucas instituições, dando pouco peso a instituições; uma mensagem que é simples, fácil e compreensível, e aparentemente concreta; e, como você disse, uma liturgia participativa expressando os sentimentos da cultura local, com uma abordagem da religião um tanto sincretista. Tudo isso lhes garante, por um lado, algum sucesso, mas também implica uma falta de estabilidade. Sabemos que alguns [seguidores desses grupos] voltam à Igreja Católica, ou se mudam de uma dessas comunidades para outra.

Então, nós não precisamos imitar essas comunidades, mas devemos nos perguntar o que podemos fazer para dar nova vida à fé Católica. Eu sugeriria, como um primeiro ponto, uma mensagem que é simples e compreensível, mas também profunda. [...]

Segundo, é importante que nossas instituições não sejam pesadas. O que deve predominar é a iniciativa da comunidade e da pessoa. Finalmente, eu diria que uma liturgia participativa é importante, mas uma que não seja sentimental. A liturgia não deve ser simplesmente uma expressão de sentimentos, mas deve emergir a presença e o mistério de Deus no qual ele entra e pelo qual nós nos permitimos ser formados.

Por último, com relação à inculturação, diria que é importante não perdermos a universalidade. Eu preferiria falar de “inter-culturação”, não tanto inculturação. É uma questão de um encontro entre culturas na verdade comum de nossos seres enquanto humanos, em nosso tempo. Então, crescemos numa fraternidade universal. Não devemos perder essa grande coisa que é a catolicidade, de que em todas as partes do mundo somos irmãos e irmãs, somos uma família, onde conhecemos cada um e colaboramos num espírito de fraternidade.
Neste grande dia de encontro eucarístico do Santo Padre com toda a África múltipla em seus costumes e em suas línguas, não hesitamos em empregar a língüa da Igreja Universal, o latim, que tem a vantagem de unificar a oração de nossa assembléia tão diversificada e de manifestar assim a união das vozes e dos corações no canto gregoriano (Missa de Angelis) e na escolha do cânon romano (Oração Eucarística I).

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Sério, Tornielli?….

Por Rorate Caeli | Fonte/Tradução: Fratres in Unum.com 

O vaticanista de La Stampa Andrea Tornielli escreve hoje que a resposta da FSSPX ao Preâmbulo Doutrinal da Santa Sé (que mencionamos ontem) surpreendeu a alguns no Vaticano:
Um documento acaba de chegar, mas ele não era o que se esperava no Vaticano, porque consiste em – as fontes explicam — “documentação”, não uma resposta. Em suma, parece que Dom Fellay precisa de um tempo para postergar sua decisão, evitando falar de um modo ou de outro, ou pedir esclarecimentos e eventualmente modificações do texto proposto pela Santa Sé.
Isso é o que fontes de Tornielli no Vaticano dizem, e parece plausível.
Todavia, Tornielli escreve ainda que “rumores não confirmados” indicam que Fellay se arrisca a “ser deposto” por algum tipo de golpe interno antes de 2012. Sua “fonte”? Um boletim sedevacantista completamente desacreditado e recheado de conspiração, publicado por um sítio belga. Tá falando sério, Tornielli?…

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Cardeais também comungam de joelhos


           O Papa Bento XVI celebra missa na festa de Nossa Senhora de Guadalupe, e todos os Cardeais comungam de joelhos.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Por onde anda? Padre Pinto e a vida reservada em São Caetano

O religioso que provocou desconcerto na Igreja Católica pelas performances, hoje leva a vida como qualquer outro padre
                             97news




De terça a domingo, no começo da noite, a Igreja de São Caetano, bairro de Salvador, se prepara para receber as dezenas de fiéis. Eles chegam, se cumprimentam, conversam com o pároco Alessandro Mendonça Nonato, que circula pelo pátio externo, e aguardam o começo da missa. No altar, os coroinhas organizam a mesa, posicionam a bíblia e esperam em pé a entrada dos sacerdotes. Minutos depois, pela lateral da paróquia, quase imperceptível, vestido com um túnica bege, caminhando vagarosamente e sem olhar muito para os presentes, chega José de Souza, o Padre Pinto.

Da roupa que usa ao físico e à própria disposição, nada lembra o religioso, ex-pároco da Igreja da Lapinha, protagonista de um dos casos recentes e controversos envolvendo o catolicismo baiano. Artista plástico, ex-aluno de balé do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, o Padre Pinto atraiu a curiosidade nacional, em 2006, pelas performances diferentes que realizava durante as celebrações. Ele já entrou em roda de capoeira, se vestiu de Oxum - orixá das águas doces no Candomblé - na tradicional festa dos Reis Magos, fez ritual indígena dentro da igreja, deu selinho em Caetano Veloso, posou para ensaios, foi a boate gay em Salvador, bebeu tudo o que tinha direito e bombardeou, em diversas entrevistas, a instituição da qual é representante há mais de 30 anos, inclusive se posicionando contra o celibato.  
Esse passado agitado, entretanto, parece mesmo ter ficado para trás. Sem os olhos delineados de lápis preto, sem o costumeiro tom róseo na boca, sem pulseiras, anéis e as gargalhadas, a vida do vice-pároco da Igreja de São Caetano passou a ser como a de qualquer outro membro da Congregação das Divinas Vocações: com muita discrição e reserva. "O trabalho que tinha para fazer na Lapinha, eu fiz. Muita gente de lá ainda vem acompanhar as minhas missas, tem o carinho e o respeito por mim", diz o padre que hoje prefere não ser fotografado
Se para qualquer seguidor do catolicismo a maneira como Padre Pinto conduz as missas hoje não chama a atenção, para alguém, cuja a principal referência era a vibração e encenação vistas na Lapinha, a postura do sacerdote é, no mínimo, excessivamente tímida. Com quilos extras e com a aparência mais envelhecida, Padre Pinto é mais calado do que os demais. Quase não acompanha os cânticos religiosos, praticamente não desvia sua atenção do altar e, dos fundos da igreja, a voz parece até incompreensível - também pela acústica do próprio espaço.

O vizinho do portão
No entorno da Paróquia, praticamente, ninguém sabe que ali vive Padre Pinto. Os comerciantes, que eventualmente lembram do religioso, dizem quase nunca vê-lo circulando pelas ruas da comunidade. "Quando ele sai é de carro. E por aqui também não vejo muito. Às vezes a gente avista ele no portão, mas é só até ali e nada mais", diz a baiana de acarajé que atua em frente a localidade. Ela, assim como a maioria das pessoas entrevistadas, preferem não revelar os nomes. O motivo: "deixar o padre na dele sem me meter".

Das festas memoráveis nas noites da Lapinha também não se tem mais relatos. Na maior comemoração da Paróquia, no dia sete de agosto, dia de São Caetano, a quermesse que costuma mobilizar o local é comandada diretamente pelo pároco Alessandro Nonato. Padre Pinto participa apenas dando suporte no que é necessário. "Quem se envolve mesmo não é ele. A  gente sabe que ele participa e tudo, mas não tem nada demais na quermesse", relata uma fiel da igreja.


O próprio Padre admite que o trabalho desenvolvido atualmente tem outro viés. "Aqui faço uma coisa mais interna mesmo. Tenho me dedicado muito às leituras e a celebração das missas", diz. Além de São Caetano, Padre Pinto também reveza com outros padres o comando de cultos na capela Nossa Senhora da Conceição, na Boa Vista.

"Das vezes que eu o vi à frente das missas, foi tudo tranquilo. Ele leu o evangelho, foi muito compreensivo com o tema, explicou e pronto", conta um voluntária da Capela da Conceição. A voluntária disse ainda que nas poucas conversas travadas com o vigário, não notou nada de diferente ou que fugisse as convenções.

O ritual da Adoração, um dos mais importantes dentro da liturgia católica, também é feito de forma prevísivel. Logo depois ele desejou "Boa Noite" e se retirou, silencioso, para a casa em que vive, nos fundos da Paróquia. Repetindo o gesto, os fiéis deixam o local e a única coisa que não se vê é espanto ou supresa pela missa "normal" que acaba de ser celebrada.

Gilvan Nascimento | Redação Ibahia

 
                                                                                                                          

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O que é um padre?


Ordenação Sacerdotal no Rito Antigo
Sem dúvida é um homem como nós, porém um homem obrigado, pela vocação, a viver num plano superior, a tender à perfeição, mesmo à santidade; um homem condenado a viver só, sem família, a fim de ter o coração livre e sempre pronto à todas as dedicações; um homem que segundo a palavra do P. Chevrier, é "feito para ser comido"; um homem que não se pertence, mas que pertence a todos.
Como Cristo ele está na terra "para servir" . E que servidão a sua! Dia e noite ele está à disposição dos que necessitam do seu ministério; passará horas a fio nisso... quantos padres têm perdido a saúde em conseqüência de estágios prolongados no confessionário!

Em particular nas vésperas das festas, ás vezes eles entrarão ali ás seis horas da manhã para saírem já noite fechada! Em certos momentos, o seu pobre corpo não pode mais, a cabeça estala; mas eles têm de permanecer no seu posto. Estão ali "para servir". Ali ouvem confissões pertubadoras, ficam ligados a elas por um segredo terrível, a ponto de deverem morrer antes que revelarem o que ouviram.
E, se uma epidemia estender suas devastações sobre o país, eles serão sempre os primeiros, e por dever, a ir à cabeceira dos doentes, ainda quando tivessem com isso de contrair o contágio e a morte. Devem "servir"!

No campo, é uma solidão esmagadora e, às vezes, a pobreza extrema... Nas cidades, o padre é "moído", da manhã à noite, pelos ofícios, pelos catecismos, pelos doentes, pelas visitas obrigatórias, pelos patronatos, etc... E quantos que, á noite, ainda são obrigados a ocupar-se de círculos de estudos, de sessões a preparar, e o mais; expostos ainda a levantar-se se, durante a noite, os chamarem à cabeceira de um moribundo!
Na realidade, quando olhada sem "parti-pris", a vida do padre é simplesmente heróica.
O que os inimigos exprobram sobretudo, não é o bem que ele faz, é vê-lo teimar em viver na cruz, como seu Mestre, condenando-lhes assim os costumes dissolutos! A ele, como a Cristo, eles bradam:
"Desce da tua cruz!"
Então talvez eles lhe perdoassem, se o vissem tornar-se como um deles. Mas o eleito de Deus obstinar-se-á na sua vida rude, crucificado, solitário; jamais descerá da sua cruz, jamais renunciará ao seu papel de Cristo. Por isto, será sempre perseguido pelas injúrias, pelos sarcarmos, pelos escárnios e pelo ódio.
Os jornais de 1937 noticiaram que, na Espanha, 50% dos padres haviam sido fuzilados, torturados, trucidados; em certas regiões a proporção foi até 90%.
... Um missionário da China, voltando à França depois de haver por milagre escapado a horríveis perigos, ao descer do navio, em Marselha, arrastava o seu pobre corpo gasto, amortecido. Uns operários passam por junto dele, e um deles, apontando-o aos outros, exclama:

"Quando será que se jogará na água esse lepra?"
Por que esse grito de ódio?
Era um padre!

... A nossa batina designar-nos-á sempre aos punhais dos sicários e às balas dos desordeiros!

(Excertos do livro: Mais perto de Ti, meu Cristo - Pe. Baeteman)

Método curto e devoto para assistir a Santa Missa

Renovação do Sacrifício do calvário
Era opinião de São João Crisóstomo, opinião aprovada e confirmada por Gregório, no quarto de seus Diálogos, que, no momento em que o padre celebra a Missa, os céus se abrem, e multidões de Anjos desce do Paraíso para assistir ao santo Sacrifício. São Nilo abade, discípulo do mesmo São Crisóstomo, afirma que via, quando este santo doutor celebrava, uma grande multidão daqueles espíritos celestes assistindo os ministros sagrados em suas augustas funções.

Eis o meio mais adequado para assistir com fruto à Santa Missa: consiste em irdes à Igreja como se fôsseis ao Calvário, e de vos comportardes, diante do altar, como o faríeis diante do trono de DEUS, em companhia dos Santos Anjos. Vede, por conseguinte, que modéstia, que respeito, que recolhimento são necessários para receber o fruto e as graças que DEUS costuma conceder àqueles que honram, com sua piedosa atitude, mistérios tão santos.

Entre os hebreus, enquanto se celebravam os sacrifícios da antiga Lei, nos quais se ofereciam apenas touros, cordeiros e outros animais, era coisa digna de admiração ver com quanto recolhimento, modéstia e silêncio o povo todo acompanhava. E, se bem que o número de assistentes fosse incalculável, além dos setecentos ministros que sacrificavam, parecia, no entanto, que o templo estava vazio, pois não se ouvia o menor ruído, nem um sopro. Ora, se havia tanto respeito e veneração por esses sacrifícios que afinal, não eram mais que uma sombra e figura do nosso, que silêncio, que atenção, que devoção não merece a Santa Missa, na qual o próprio Cordeiro Imaculado, o Verbo de DEUS, se imola por nós?!

Bem o compreendia Santo Ambrósio. No testemunho de Cesário, quando ele celebrava a Santa Missa, após o Evangelho virava-se para o povo e o exortava a um piedoso recolhimento e impunha a todos guardar o mais rigoroso silêncio, não só proibindo a menor palavra, mas ainda abstendo-se de tossir ou fazer qualquer ruído. E era obedecido. Quem quer que assistisse à Santa Missa do santo Bispo, sentia-se tomado de profundo respeito e comovido até ao fundo da alma, tirando assim grande proveito e acréscimo de graças.


(São Leonardo de Porto-Maurício; As Excelências da Santa Missa; 1737).
'par l'amour de Dieu, tout est facile'                         
[por amor de Deus, tudo é fácil]
(São Francisco de Sales)

Fala São Padre Pio


São Padre Pio
Abaixo segue uma carta do Padre Pio a uma senhora, explicando como devemos nos postar na casa de Deus, na Igreja diante de Jesus. Importante se conscientizar disso, porque assim reparamos por aqueles irreverentes, que sem o minimo respeito adentram a Igreja, como se estivessem entrando num bar. É triste ver o comportamento das pessoas, mas devemos nos policiar também.
 
Amada filha de Jesus,
Que Jesus e nossa Mãe sempre sorriam em sua alma, obtendo disso, a partir de seu mais Santo Filho, todos os carismas celestiais!
Estou escrevendo para você por dois motivos: para responder mais algumas perguntas de sua última carta e, para lhe desejar um feliz dia no mais doce Jesus, cheio de todas as mais especiais graças celestiais. Oh! Se Jesus atender minhas orações por você ou, melhor ainda, se ao menos as minhas orações forem dignas de serem atendidas por Jesus! No entanto, aumentá-las-ei cem vezes para vossa consolação e salvação, suplicando a Jesus atendê-las, não para mim, mas através do coração de sua bondade paternal e infinita misericórdia.
A fim de evitar irreverências e imperfeições na casa de Deus, na igreja – que o divino Mestre chama de casa de oração -, exorto-vos no Senhor a praticar o seguinte.
Entre na igreja em silêncio e com grande respeito, considerando-se indigno de aparecer diante da Majestade do Senhor. Entre outras considerações piedosas, lembre-se que nossa alma é o templo de Deus e, como tal, devemos mantê-la pura e sem mácula diante de Deus e seus anjos. Fiquemos envergonhados por termos dado acesso ao diabo e suas armadilhas muitas vezes (com a sua sedução para o mundo, a sua pompa, seu chamado para a carne) por não sermos capazes de manter nossos corações puros e os nossos corpos castos; por termos permitido aos nossos inimigos insinuarem-se em nossos corações, profanando o templo de Deus que nos tornamos através do santo batismo.
Em seguida, pegue água benta e faça o sinal da cruz com cuidado e lentamente.
Assim que você estiver diante de Deus no Santíssimo Sacramento, faça uma genuflexão devotamente. Depois de ter encontrado o seu lugar, ajoelhe-se e renda o tributo de sua presença e devoção a Jesus no Santíssimo Sacramento. Confie todas as suas necessidades a Ele junto com as dos outros. Fale com Ele com abandono filial, dê livre curso ao seu coração e dê-Lhe total liberdade para trabalhar em você como ele achar melhor.
Ao assistir à Santa Missa e as funções sagradas, fique muito composta, quando em pé, ajoelhada e sentada, e realize todos os atos religiosos, com a maior devoção. Seja modesta no seu olhar, não vire a cabeça aqui e ali para ver quem entra e sai. Não ria, por respeito para com este santo lugar e também por respeito para aqueles que estão perto de você. Tente não falar com ninguém, exceto quando a caridade ou a estrita necessidade pedirem isso.
Se você rezar com os outros, diga as palavras da oração nitidamente, observe as pausas e nunca se apresse.
Em suma, comporte-se de tal maneira que todos os presentes sejam edificados, bem como, através de você, sejam instados a glorificar e amar o Pai celestial.
Ao sair da igreja, você deve estar recolhida e calma. Em primeiro lugar peça a permissão de Jesus no Santíssimo Sacramento; peça perdão pelas falhas cometidas em sua presença divina e não O deixe sem pedir e ter recebido a Sua bênção paterna.
Assim que estiver fora da igreja, seja como todo ser seguidor do Nazareno deveria ser. Acima de tudo, seja extremamente modesta em tudo, pois esta é a virtude que, mais do que qualquer outra, revela os sentimentos do coração. Nada representa um objeto mais fielmente ou claramente do que um espelho. Da mesma forma, nada mais amplamente representa as más ou as boas qualidades de uma alma do que a maior ou menor regulação do exterior, como quando alguém parece mais ou menos modesta. Você deve ser modesta em discurso, modesta no riso, modesta no seu porte, modesta ao caminhar. Tudo isso deve ser praticado, não por vaidade, a fim de mostrar a si mesma, nem com hipocrisia a fim de aparecer boa aos olhos dos outros, mas sim, pela força interna da modéstia, que regulamenta o funcionamento exterior do corpo.
Portanto, seja humilde de coração, circunspecta nas palavras, prudente em suas resoluções. Seja sempre econômica em sua fala, assídua na boa leitura, atenta em seu trabalho, modesta em sua conversa. Não seja desagradável com ninguém, mas seja benevolente para com todos e respeitosa para com os mais velhos. Que qualquer olhar sinistro fique longe de você, que nenhuma palavra ousada escape de seus lábios, que você nunca realize qualquer ação indecente ou de alguma forma gratuita; nunca especialmente uma ação gratuita ou um tom de voz petulante.
Em suma deixe que todo seu exterior seja uma imagem vívida da compostura de sua alma.
Sempre mantenha a modéstia do divino Mestre diante de seus olhos, como um exemplo; este Mestre que, segundo as palavras do Apóstolo aos Coríntios, colocou a modéstia de Jesus Cristo em pé de igualdade com a mansidão, que era a sua virtude particular e quase a sua característica: “Agora eu, Paulo, vos rogo, pela mansidão e humildade de Cristo” [Douay-Rheims, 2 Coríntios. 10:1], e de acordo com tal modelo perfeito reforme todas as suas operações externas, que devem ser reflexos fiéis revelando os afetos do seu interior.
Nunca se esqueça deste modelo divino, Annita. Tente ver uma certa majestade adorável em sua presença, uma certa agradável autoridade no seu modo de falar, uma certa agradável dignidade no andar, no contemplar, no falar, ao conversar; uma certa doce serenidade do rosto. Imagine aquela extremamente composta e doce expressão com a qual ele chamou a multidão, fazendo com que eles deixassem cidades e castelos, levando-os para as montanhas, as florestas, para a solidão e as praias desertas do mar, esquecendo totalmente da comida, da bebida e de seus deveres domésticos.
Assim, vamos tentar imitar, tanto quanto nos for possível, tais ações modestas e dignas. E vamos fazer o nosso melhor para ser, tanto quanto possível, semelhantes a Ele na terra, a fim de que possamos ser mais perfeitos e mais semelhantes a Ele por toda a eternidade na Jerusalém celeste.
Termino aqui, como eu sou incapaz de continuar, recomendando que você nunca se esqueça de mim diante de Jesus, especialmente durante esses dias de extrema aflição para mim. Espero que a mesma caridade da excelente Francesca para quem você vai ter a gentileza de dar, em meu nome, meus protestos de extremo interesse em vê-la crescer sempre mais no amor divino. Espero que ela me faça a caridade de fazer uma novena de Comunhões pelas minhas intenções.

Não se preocupe se você é incapaz de responder à minha carta no momento. Eu sei de tudo então não se preocupe.
Eu me despeço de você no ósculo santo do Senhor. Eu sou sempre seu servo.
Frei Pio, capuchinho