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terça-feira, 17 de abril de 2012

Lefebvrianos, a resposta positiva chegou


Andrea Tornielli – Cidade do Vaticano | Tradução: Giulia d’Amore.
A resposta da Fraternidade São Pio X chegou ao Vaticano e é positiva: de acordo com as indiscrições recolhidas por Vatican Insider, o superior dos lefebvrianos, o bispo Bernard Fellay, teria assinado o preâmbulo doutrinal que a Santa Sé havia proposto em setembro passado, como condição para chegar à plena comunhão e ao enquadramento canônico.
Um confirmação oficial da resposta positiva deverá chegar nas próximas horas. Pelo que se sabe, o texto do preâmbulo enviado por Fellay propõe algumas alterações não substanciais em relação à versão entregue pelas autoridades vaticanas: como se lembrarão, a mesma Comissão Ecclesia Dei não quis tornar público o documento (duas páginas, bastante densas), justamente porque havia a possibilidade de introduzir eventuais pequenas alterações, que não mudariam o sentido.
Em essência, o preâmbulo contém a “professio fidei,” a profissão de fé exigida por aqueles que assumem um ofício eclesiástico. Então, estabelece que deve ser dado “um religioso obséquio da vontade e da inteligência” aos ensinamentos que o Papa e o colégio dos bispos “propõem, quando exercem o seu magistério autêntico”, mesmo que não sejam proclamados e definidos em modo dogmático, como no caso da maioria dos documentos do Magistério. A Santa Sé tem repetidamente dito aos seus interlocutores da Fraternidade São Pio X que assinar o preâmbulo doutrinal não significaria colocar um fim à “legítima discussão, ao estudo e à explicação teológica das expressões ou declarações individuais constantes dos documentos do Concílio Vaticano II”.
Agora, o texto do preâmbulo com as alterações propostas por Fellay, e por ele assinado como superior da Fraternidade São Pio X, será submetido a Bento XVI, que, no dia seguinte ao octogésimo quinto aniversário e na véspera do sétimo aniversário da eleição, recebe uma resposta positiva dos lefebvrianos. Uma resposta muito aguardada e desejada por ele, que, nas próximas semanas, colocará fim à ferida aberta em 1988, com as ordenações episcopais ilegítimas celebradas pelo arcebispo Marcel Lefebvre.
Não está excluído que a resposta de Fellay seja examinada pelos cardeais da Congregação para a Doutrina da Fé, na próxima reunião da “Feria quarta”, que deverá ser realizada na primeira metade de maio. Enquanto a acomodação canônica deverá demorar mais algumas semanas: a proposta mais provável é a de instituir uma “prelazia pessoal”, figura judicial introduzida no Código de Direito Canónico em 1983 e até agora só utilizada pela Opus Dei. O prelado depende diretamente da Santa Sé. A Fraternidade São Pio X continuará a celebrar a Missa segundo o Missal antigo, e a formar os seus padres em seus seminários.

domingo, 15 de abril de 2012

A anelada configuração canônica da Fraternidade São Pio X


Espera-se que dentro de algumas horas se tenha uma solução canônica para os bispos e sacerdotes da Fraternidade Sacerdotal São Pio X. As antecipações vão da manutenção do status quo à regularização sob a figura de uma Prelazia Pessoal.
Devo dizer que evolui muito na compreensão da crise de fé por que passa a Igreja e, consequentemente, também minha percepção da Fraternidade, de Dom Lefebvre, dos bispos e sacerdotes da Fraternidade evoluiu. Dom Lefebvre e Dom Antônio foram providenciais para chegarmos à demitização da “primavera” do pós-Concílio e, por que não?, do próprio Concílio Vaticano II. O Papa Bento XVI, quando cardeal, já nos advertia para o perigo de transformá-lo num super-concílio ou de idealizar o concílio, por meio de um seuespírito.
As questões disputadas – a liberdade religiosa da DH 2, a eclesiologia da LG 8, o ecumenismo UR 3, a colegialidade da LG 22 – parecem irrelevantes aos que estão acostumados ao dissenso generalizado de teólogos e mesmo de bispos. Mas a Fraternidade leva a Fé a sério e, por isso, também é levada a sério pelo Papa.
Uns diriam: “Que bobagem! Deixem de se importar com estas questiúnculas e, se for o caso, assinem o que tiver de ser assinado e ensinem o que já vêm ensinando!”. Não o Papa e não para a Fraternidade. Esta dissimulação não é compatível com o amor pela Verdade.
Credo Ecclesiam e, por isso, creio ser possível dar uma interpretação católica para os pontos controversos. No limite, o Papa poderia corrigir expressões ambíguas ou acrescentar esclarecimentos. Não foi o que fez Paulo VI com famosa “nota prévia” sobre a colegialidade? Seria Paulo VI um super-papa? Pôde fazer o que outros não poderiam? O Papa está acima do Concílio, pode agir independente dele, mas sempre sujeito à Fé da Igreja. Os que pensam diferente podem se tornar ortodoxos ou anglicanos.
Também creio que uma solução canônica seja possível, mas não a julgo um valor absoluto. Se o Papa der as garantias para que a Fraternidade siga com seu trabalho, tanto mais indispensável quanto mais não se vê no horizonte o fim da crise, por que não confiar no Papa? Será muito difícil, evidentemente, mas Deus levará a bom termo a obra iniciada. Os bispos sobretudo saberão se valer dos limites impostos pelo Direito Canônico e caberá ao Papa remover os obstáculos, como fizeram outros no passado em relação às questões de jurisdição.
Aguardo ansioso pela regularização canônica da Fraternidade simplesmente porque me parece absurdo estar “tecnicamente” em comunhão com certos bispos e canonicamente impedido em relação aos da Fraternidade. Reitero, todavia, as restrições que fiz a certos pronunciamentos de alguns deles e continuo a não os considerar infalíveis. Talvez seja esta uma situação desconfortável, desagradar a gregos e troianos, mas fazer o quê?, este sou eu!

quinta-feira, 12 de abril de 2012

O beijo de Judas Iscariotes – Parte III.


FONTE: FRATRES IN UNUM.COM

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Parte III

Em Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém. Dignáre me laudáre te, Virgo sacráta. Da mihi virtútem contra hostes tuos. Sit Nomen Dómini benedíctum! Amém.
Por Padre Michael Rodriguez
(1) Na Última Ceia, Jesus Cristo molhou o pão e o deu a Judas Iscariotes. Em João 13:30, lemos o seguinte: “Tendo Judas recebido o bocado de pão, apressou-se em sair. E era noite…”
(2) No Santo Evangelho Segundo São Mateus, Capítulo 10, o Filho de Deus diz a seus doze discípulos: “Não julgueis que vim trazer a paz à terra. Vim trazer não a paz, mas a espada. Eu vim trazer a divisão entre o filho e o pai, entre a filha e a mãe, entre a nora e a sogra e os inimigos do homem serão as pessoas de sua própria casa.”
(3) Em uma entrevista de 26 de dezembro de 1957 com o Pe. Fuentes, a Ir. Lúcia de Fátima disse: “O que aflige o Imaculado Coração de Maria e o Coração de Jesus é a queda de almas religiosas e sacerdotais. O demônio sabe que os religiosos e sacerdotes que abandonam a sua bela vocação arrastam numerosas almas para o inferno… O demônio deseja tomar posse de almas consagradas. Ele tenta corrompê-las a fim de embalar as almas de leigos e com isso levá-las à impenitência final.”
(4) Em uma carta escrita em 16 de setembro de 1970, Ir. Lúcia de Fátima escreveu “o demônio foi capaz de infiltrar o mal sob o disfarce de bem,” e “o demônio foi bem-sucedido em iludir e enganar as almas que têm muita responsabilidade por causa das posições que ocupam! Eles são cegos guiando cegos.”
(5) Por volta de 1527, o Rei Henrique VIII da Inglaterra pretendia deixar a sua esposa de dezoito anos, a Rainha Catarina, e substituí-la por Ana Bolena. Ele buscou o apoio de João Fisher, um dos homens mais eminentes da época. Fisher fora um bispo exemplar da Diocese de Rochester por vinte e três anos, em uma época quando as vidas de muitos bispos eram menos que edificantes. Ele fora o favorito do pai e do avô do Rei Henrique, chanceler da Universidade de Cambridge, membro do Conselho Privado do rei, um líder na Casa dos Lordes e entre o clero, e foi reconhecido universalmente por sua piedade e erudição.
São João Fisher se opôs à traição conjugal do Rei Henrique e declarou que este e Catarina eram verdadeiros marido e mulher, suas filhas eram legítimas, e o que Deus unira nenhum homem deveria separar.
O Rei Henrique convocou toda a hierarquia da Inglaterra e exigiu que ele recebesse o título de “Protetor e Chefe Supremo da Igreja e Clero da Inglaterra”. São João Fisher liderou a oposição a este propósito, quase sozinho. Quando, em seu leito de morte, Fisher escutou que quase todos os prelados haviam assinado um juramento afirmando a supremacia de Henrique e repudiando a autoridade do Papa, ele disse: “o forte foi traído”, culpando assim mais os pérfidos eclesiásticos do que o Rei. Cerca de 95% dos bispos e clérigos ingleses traíram a Santa Madre Igreja!
Em 22 de junho de 1535, São João Fisher, aos setenta e sete anos de idade e quase incapaz de caminhar, foi levado da Torre de Londres para as proximidades da Tower Hill. No andaime, pouco antes de ser decapitado, São João Fisher disse: “Eu vim aqui para morrer pela Igreja Católica de Cristo. E eu agradeço a Deus . . .”
(6) A Igreja Católica aprovou a Aparição Mariana de Nossa Senhora do Bom Sucesso em Quito, Equador, em 1634. Nesta Aparição, a Santa Mãe de Deus disse à Venerável Madre Mariana de Jesús Torres que no final do século XIX e ao longo de grande parte do século XX na Igreja se produziria uma grande heresia. Nossa Senhora disse que o Sacramento do Matrimônio seria atacado e profanado, que leis iníquas seriam promulgadas com o objetivo de abolir este Sacramento e facilitar a todos a viverem em pecado. Nossa Senhora alertou também: “O espírito cristão decairá rapidamente, extinguindo a luz preciosa da Fé até que ela chegue ao ponto em que haverá uma quase total e geral corrupção de valores morais”. Ela falou de padres que se tornariam negligentes em seus deveres sagrados, da falta de vocações sacerdotais e religiosas, da inocência que não mais seria encontrada nas crianças nem a modéstia nas mulheres.
(7) Nossa Senhora de La Salette revelou o seguinte: “Os chefes, os líderes do povo de Deus negligenciaram à oração e à penitência, e o demônio ofuscou a sua inteligência. Eles se tornaram estrelas cadentes que o antigo demônio arrastará com a sua calda para fazê-las perecer. Um grande número de sacerdotes e membros de ordens religiosas deixarão a verdadeira religião; dentre essas pessoas haverão até mesmo bispos.”
(8) O Papa Paulo VI disse, em 29 de junho de 1972: “A fumaça de Satanás entrou na Igreja de Deus através de alguma rachadura .”
(9) No 56º aniversário do “Milagre do Sol,” em 13 de outubro de 1973, no Japão, Nossa Senhora de Akita disse à Ir. Agnes Sasagawa: “O trabalho do demônio se infiltrará na Igreja de tal maneira que se verá cardeais se opondo a cardeais, bispos contra bispos. Os padres que me venerarem serão escarnecidos e sofrerão a oposição de seus confrades…  igrejas e altares serão saqueados; a Igreja estará repleta daqueles que aceitam concessões e o demônio pressionará muitos padres e almas consagradas a deixarem o serviço do Senhor.”
(10) No sexagésimo aniversário do “Milagre do Sol,” em 13 de outubro de 1977, o Papa Paulo VI exclamou: “A cauda do demônio está funcionando na desintegração do mundo católico. A escuridão de Satanás entrou e se espalhou por toda a Igreja Católica até mesmo ao cume. A apostasia, a perda da fé, está se espalhando por todo o mundo e nos mais elevados níveis dentro da Igreja.”
(11) Em 1995, o Cardeal Mario Luigi Ciappi, teólogo papal para cinco papas consecutivos (do Papa Pio XII ao Papa João Paulo II), comunicou ao Professor Baumgartner em Salzburgo, Áustria: “No Terceiro Segredo foi predito, entre outras coisas, que a grande apostasia na Igreja começará no topo.”
(12) A Sra. Bela Dodd, que se converteu à Fé pouco tempo antes de sua morte, era advogada do Partido Comunista dos Estados Unidos. Ela dava uma série de palestras na Universidade Fordham e em outros lugares durante os anos que antecederam o Vaticano II. A edição de novembro de 2000 do periódicoChristian Order reconta este testemunho de um monge que participou de uma dessas palestras no início dos anos 1950:
“Ouvi dessa mulher durante quatro horas e ela me deixou de cabelo em pé ao final. Tudo o que ela disse se tornou realidade ao pé da letra. Você poderia pensar que ela era a maior profetiza do mundo, mas não era. Ela estava simplesmente expondo passo-a-passo o plano de batalha da subversão comunista da Igreja Católica. Ela explicou que de todas as religiões do mundo, a Igreja Católica era a única temida pelos comunistas, porque ela era a única oponente de fato. A idéia toda era destruir, não a instituição da Igreja, mas sim a Fé das pessoas, e até mesmo usar a instituição da Igreja, se possível, para destruir a Fé através da promoção de uma pseudo-religião: algo que lembrava o catolicismo, mas que não era a coisa real. Uma vez que a Fé fosse destruída, ela explicava que haveria um complexo de culpa introduzido na Igreja… a chamar a “Igreja do passado” como sendo opressiva, autoritária, cheia de prejuízos, arrogante em reivindicar ser a única dona da verdade e responsável por divisões de comunidades religiosas ao longo dos séculos. Isso seria necessário a fim de constranger os líderes da Igreja a uma “abertura para o mundo” e para uma atitude mais flexível em direção a todas as religiões e filosofias. Os comunistas iriam então explorar essa abertura a fim de minar a Igreja”.
(13) Em uma entrevista de 1990, o Pe. Malachi Martin comentou: “Hoje em dia, em muitas igrejas, se você encontrar a confissão, que pode ser difícil, você pensa que se trata de uma conversa entre você e o padre. Às vezes ele caminhará com você no jardim e conversará com você. É um bate-papo amigável entre pessoas. Originalmente, você ia a um padre para ser absolvido de seus pecados. Hoje em dia, a crença é que o padre não dá absolvição alguma. Você sente muito por seus pecados e ele lhe dá uma benção. A confissão acabou! A confissão acabou porque o pecado acabou.”
(14) Em uma entrevista de 1991, o Pe. Malachi Martin afirmou: “Dentro da Igreja, há um corpo substancial de bispos e cardeais que são completamente contrários a duas coisas. Eles são contrários à Missa Romana da maneira que a conhecemos antes do Vaticano II e eles são contrários a qualquer coisa relacionada à Nossa Senhora. Eles não querem quaisquer notícias sobre Fátima. Eles não querem quaisquer notícias sobre Akita. Eles não querem nem mesmo quaisquer notícias sobre Lourdes. Há um esforço internacional coordenado para atacar e denegrir Fátima e colocá-la em uma dimensão menor. Este é um sinal da atividade de Satanás. A coisa mais patética e assustadora para mim é me deparar com paróquias inteiras que nunca ouvem que a Missa é o sacrifício do Calvário. Sob a liderança do pároco e sob as ordens do bispo, os catecismos paroquiais, livros religiosos e sermões refletem todos um abandono da Fé. As crianças não conhecem o seu catecismo. Elas não conhecem as doutrinas básicas da Igreja. Elas não são mais católicas, mas elas não sabem disso. Essa é a devastação da Igreja de Cristo. Se você me perguntar qual é realmente a causa fundamental da derrocada da Igreja, minha resposta é que esta é a interrupção e destruição da Missa.”
(15) Em uma entrevista de 1990 e 1991, o Pe. Malachi Martin afirmou ainda: “Hoje em dia, muitos bispos e padres são apóstatas. Eles não são mais católicos. Católico significa alguém que sabe que a Missa é o sacrifício do Calvário, tem devoção à Nossa Senhora, é devoto do Santo Padre, reza e cumpre as leis da Igreja. Hoje em dia, não temos esse tipo de clero católico em muitos lugares. Há centenas de bispos que estão fora da Igreja em sua doutrina e ensinamento. Então, há o comportamento dos bispos. Há bispos homossexuais nos Estados Unidos, que têm acompanhantes sabidamente homossexuais em suas casas.”
Não é sem razão que São João Crisóstomo, Doutor da Igreja, declara: “Os corredores do inferno estão pavimentados com crânios de bispos.”
(16) Em 13 de dezembro de 2005, o Pe. Bob Hoatson impetrou uma ação judicial contra o Cardeal Edward Egan de Nova York e nove outras autoridades e instituições católicas, reclamando um padrão de “retaliação e assédio” que teve início depois que Hoatson alegou um acobertamento de abuso de clérigos em Nova York e começou a ajudar as vítimas. O Pe. Hoatson alegou que o Cardeal Egan é “homossexual ativo” e que ele tem “conhecimento pessoal disso”. Sua ação judicial indicou como gays ativos outros dois clérigos católicos de alto escalão na região — o bispo de Albany, Howard Hubbard e o arcebispo de Newark, João Myers. O Pe. Hoatson afirma que bispos ativamente gays estão com muito medo de serem eles mesmos expostos para entregar padres pedófilos. A homossexualidade escondida dos bispos, conforme a ação judicial afirma, “afetou a capacidade dos réus de supervisionar e controlar predadores, e serviu como motivo para a retaliação.”
Só recentemente, o Hartford Courant relatou que durante os doze anos do Cardeal Egan como Bishop de Bridgeport, ele repetidamente deixou de investigar padres onde havia sinais óbvios de abuso. A Diocese de Bridgeport teve que liquidar os casos e indenizar as vítimas em cerca de $12-15 milhões em danos. Ao se referir a um caso de negligência inacreditável, de acordo com o Hartford Courant, em 1990, Egan recebeu um memorando sobre “um padrão de acusações em desenvolvimento” de que o Rev. Charles Carr de Norwalk havia acariciado meninos. Egan manteve Carr trabalhando por mais cinco anos, e somente o suspendeu depois que uma ação judicial foi impetrada, e, então, em 1999 ele o designou como capelão no hospital de Danbury. Como assim? O Connecticut Post também reportou que no início do seu reinado, dezenas de pessoas chegaram a acusar o Rev. Raymond Pcolka de Greenwich de abuso sexual e violência contra crianças. Egan reclamou que nunca foi “comprovado” que os acusadores estavam dizendo a verdade. Bem, Egan nunca nem mesmo se incomodou em entrevistá-los e manteve Pcolka no apostolado.
Escrevendo para o Business Insider, em 8 de fevereiro de 2012, Michael Brendan Dougherty, que viveu na Arquidiocese de Nova York sob o reinado do Cardeal Egan, salienta que Egan efetivamente puniu alguns padres, mas não molestadores de crianças. Ele puniu rapidamente e expulsou aqueles padres católicos que celebravam a Missa Tradicional em Latim, se ele achava que eles não lhe prestavam bastante deferência. De acordo com Dougherty, Egan mimava abusadores de crianças e perseguia padres decentes durante o seu ignominioso reinado como Príncipe da Igreja.
(17) O trecho a seguir foi extraído de um artigo publicado pelo Eric Giunta, em 21 de abril de 2010, naRenewAmerica.com. Em 2004, um grupo de católicos leigos preocupados da Arquidiocese de Miami constituíram-se a si mesmos uma organização leiga de “cães de guarda”, sob o nome de Christifidelis. Eles se motivaram a agir assim por aquilo que alegaram ser uma supercultura gay governando a arquidiocese. As alegações incluíam que: a vasta maioria dos sacerdotes da Arquidiocese são gays sexualmente ativos, muitos padres estavam utilizando os fundos paroquiais de maneira indébita para viver estilos de vida exorbitantes, e o Arcebispo Favalora e o vigário geral Monsenhor William Hennessey estão implicados nesta supercultura. Em 20 de abril de 2010, a Santa Sé forçou Favalora a apresentar a sua renúncia.
Há centenas de páginas de documentação consistindo grandemente de testemunho anônimo acusando diversos padres diocesanos de promiscuidade arbitrária e crimes financeiros durante o curso do reinado de Favalora. Um antigo padre da Arquidiocese de Miami observou: “Você não poderia dirigir a Arquidiocese sem o clero gay, nem a Arquidiocese de Miami ou qualquer outra.”
Gaude, María Virgo, cunctas hǽreses sola interemísti in univérso mundo.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Um bispo acolhedor e inclusivo: espíritas sim, Católicos não.


Dois artigos de Dom Paulo Sérgio Machado, ordinário de São Carlos, São Paulo. Lá também, como em muitos outros lugares do Brasil, não chegou a carta do Santo Padre dirigida aos bispos que acompanha o Motu Proprio Summorum PontificumEmbora os cientistas ainda não tenham “inventado um aparelho para abrir cabeças”, muitas delas “de vento”, sua leitura lançaria algumas luzes sobre as trevas da ignorância que cobrem a mente um tanto “fora de linha” do senhor bispo.O Retorno à Idade MédiaPor Dom Paulo Sérgio Machado, bispo de São Carlos, SP – 31 de março de 2012Não consigo entender como, em pleno século XXI, existam pessoas que querem a volta da Missa em latim, com o padre celebrando “de costas para o povo”, usando os pesados paramentos “romanos”. Estamos celebrando, neste ano, os cinqüenta anos da abertura do Concílio Vaticano II, quando já sentimos a necessidade da realização de um Vaticano III e encontramos gente que quer retornar ao passado. E, o que é mais  preocupante, são pessoas que freqüentaram a universidade, que entraram na universidade, mas a universidade não entrou neles. Penso que é hora de os nossos cientistas inventarem um aparelho para “abrir cabeças”. O “desconfiômetro” já está ultrapassado, mesmo porque estas pessoas não desconfiam que estão “fora de linha”, “fora de época”. Querem, a todo custo, a volta ao passado. Vivem de milagres e aparições, de devoções e pieguismo já, felizmente, ultrapassados.Imaginemos um padre celebrando em latim numa capelinha rural. “Dominus vobiscum”. “Et cum spiritu tuo”.O nosso povo simples vai pensar que o padre está maluco ou, pelo menos, que o está xingando. Lembro-me de meu tempo de criança, quando a missa era em latim. As senhoras piedosas, não entendendo nada, rezavam o terço. Não tenho nada contra o terço -aliás eu rezo o rosário todos os dias- mas terço é reza, não é celebração.Só falta defenderem a volta às famosas “mantilhas” que cobriam as cabeças das mulheres. E eu pergunto: por que não a dos homens? Seria até bonito ver os homens de “mantilhas rendadas”. Difícil seria encontrar quem as quisesse usar. A não ser alguns “cabeças de vento” que andam por aí querendo ensinar o pai posso ao vigário.Mas, persiste a pergunta, o que está por detrás disso? Um saudosismo? Penso que não. É mais do que isso: é um desejo mórbido, um medo do novo. Uma aversão à mudança. É o que poderíamos chamar de -para usar uma expressão francesa – um “laissez faire, laissez passer”, um “deixa estar para ver como é que fica”. É uma tentativa de manter o “status quo”, mesmo que esse “status quo” beneficie a uma meia dúzia. E os outros é que se danem.Para esses puritanos o inferno está cheio de gente; quando na verdade, cheio está o céu, porque Deus quer salvação de todos. E não apenas de uma minoria moralista que vê pecado em tudo e para quem o capeta é mais poderoso do que Deus. “Rasgai os vossos corações e não as vossas vestes”, diz o profeta. Gente que se preocupa em lavar os copos, as taças, e não as mentes e os corações. É a velha posição dos fariseus – que ainda hoje são muitos - que criticavam Jesus por curar no dia de sábado. Lembro-me da história de uma pessoa que, ouvindo a notícia de que o João havia assassinado Pedro na sexta feira santa, disse: “por que ele não deixou para matar no sábado?“ Para esta pessoa o dia era o mais importante.Termino citando dois pensamentos que fazem pensar: “O passado é uma lição para se meditar, não para se reproduzir” (Mário de Andrade — autor de Macunaíma); “Leve do altar do passado o fogo, não as cinzas” (Jean Jures — líder socialista francês)


Espiritismo: teoria ou religião?Por Dom Paulo Sérgio Machado, bispo de São Carlos, SP – 1º de fevereiro de 2012Nós encontramos, na história, vários codificadores de teorias. E teoria, segundo o Aurélio, é o conjunto de princípios fundamentais de uma arte ou ciência. Marx codificou as teses socialistas; Adam Smith, as capitalistas; Charles Darwin, as evolucionistas; Allan Kardec, as espiritistas. Cada um no seu campo específico.Allan Kardec, por exemplo, preocupado com a vida após a morte, defendia a tese da reencarnação, fundado num princípio de “nova chance”, talvez preocupado com a condenação eterna. Foram muitos os seus seguidores e, principalmente no Brasil, o espiritismo assumiu características de religião. E o vasto tempo de apologética da Igreja católica contribuiu para isso. Daí os espíritas terem sido estigmatizados pelos católicos como hereges.No meu ponto de vista, três coisas devem ser consideradas. Primeiro, que toda religião tem doutrina e culto. O espiritismo tem doutrina e não tem culto. Daí ser uma teoria e não uma religiãoBasta ver que os espíritas estão mais ligados à Igreja Católica. Dificilmente se encontra um espírita evangélico, isto é, protestante. Eles fazem questão de batizar os filhos na Igreja Católica, casar na Igreja Católica e chegam até encomendar missa de sétimo dia, na igreja Católica, para os familiares falecidos.Em segundo lugar, o que leva uma pessoa a ser espírita? São várias as razões: uns, por tradição: os pais são espíritas, os avós foram espíritas. Outros porque procuram respostas imediatas para questões insolúveis: a morte, por exemplo. Quando uma “alma” envia mensagens, ela, de certa forma, alivia o sofrimento dos que ficaram. Se um filho perdeu a mãe, indo ao centro espírita, julga que se “comunica” com ela, isso serve de alívio para ele.E, em terceiro lugar, onde o espiritismo se desenvolveu? Nos países subdesenvolvidos. Não se fala de espiritismo, por exemplo, na Europa. Lembro-me que, uma vez, numa visita ad limina – visita que os bispos fazem ao Papa – um bispo brasileiro tentava falar do crescimento do espiritismo no Brasil. E o Papa não conseguia entender o que era o espiritismo de que o bispo falava. É, de certa forma, o “animismo” que caracteriza o “africanismo” e seus cultos.A única coisa que, no espiritismo, contraria a Igreja Católica é a teoria da reencarnação. Isso porque ‘bate de frente’ com a fé na ressurreição. Eu chamaria isso de “atalho”, E o que é um “atalho”?  O dicionário vem em nosso socorro: “caminho que encurta a distância entre dois pontos”. No mundo moderno temos muitos atalhos: o quebra-molas, por exemplo. É mais fácil colocar um obstáculo na estrada do que educar para o trânsito; o preservativo: é mais fácil recomendar o seu uso do que promover uma educação para a castidade. Assim, a reencarnação: é mais fácil “dar uma chance” à alma penada do que exigir dela, em vida, uma conversão.Outro aspecto relevante no espiritismo é a caridade. Os espíritas são caridosos, isto é, promovem a caridade como forma de purificação. Basta ver o exemplo de Chico Xavier. Inúmeras foram as obras de caridade por ele sustentadas. Apesar de seu “status” de médium famoso, procurado por tanta gente, viveu e morreu pobre. Talvez tenha sido esta a “isca” para atrais tantos admiradores. Com certeza, foi isso que fez dele o “papa” do espiritismo.Espiritismo: teoria ou religião? Para mim, perguntar se um espírita pode ser católico é o mesmo que perguntar se um evolucionista ou capitalista também pode. Ou, para ser mais radical, um corintiano pode ser católico? Ou, então, um católico pode ser corintiano? Não só pode, como deve.

terça-feira, 3 de abril de 2012

“Ambientes tradicionais” não deveriam existir.


Por Padre Guillaume Gaud, FSSPX
São Francisco Xavier
Um verdadeiro Apostolado deve, para ser frutífero, apresentar duas características: sobrenaturalidade, e ser adaptado ao ambiente que deve ser convertido. “Missas-espetáculo” já atraíram multidões, mas não produziram os resultados esperados. Este Naturalismo não apresenta as técnicas de Apostolado do Salvador….
Nossos priorados, se tentam ser verdadeiramente sobrenaturais, não estão atraindo tantas pessoas quanto deveriam. Por quê? Nós somos, freqüente e indubitavelmente, inacessíveis aos homens de nossos tempos. Nossa meta mais imediata não é atrair todo mundo, claro, mas aquelas almas que demonstram uma certa abertura à Fé e ao Amor de Deus. Mesmo essas almas ficam desencorajadas quando vem para as nossas capelas. Os motivos? Uma desconfiança elevada, divisões e críticas que só demonstram orgulho, comentários derrogatórios sobre as vestimentas, discussões políticas amargas e inúteis. Graças aos instrumentos subliminares do demônio… Graças àquelas pessoas que sabem melhor do que Deus a velocidade na qual as almas deveriam progredir… Tentemos diminuir os obstáculos para as conversões ao invés de elevá-los. Mas isso não basta: devemos atrair. Os missionários sempre conseguiram isso por 2000 anos: adaptar-se tanto quanto possível à população alvo, guiados por um sentido de objetivo e por princípios morais Cristãos.
O “Ambiente tradicional”
Não deveria existir um “ambiente tradicional”. A Tradição Católica não deve ser um meio social, porque isso não é Cristianismo. A Tradição deve parecer-se com todos os ambientes sociais e recebê-los com a sua própria identidade. Não somos a favor da eliminação das classes. A tendência no vestir que se tornou, aos poucos, dominante entre nós refletem a modéstia – que é necessária – mas a modéstia não está limitada às modas Tradicionais. Ao querer impor essas regras de vestimentas, nós desanimamos as pessoas mais do que as atraímos. A conseqüência é um tipo de libertação excessiva destas regras, que as leva à imodéstia. Uma outra conseqüência é um tipo de representação esclerosada da Tradição, que parece viver nos anos 50 – não muito atraente!
No entanto, a força que une as pessoas dentro da Tradição Católica se encontra na relação lógica entre nossa Fé e nossa vida diária. Esta coerência deve refletir nossa convicção e nossa sinceridade, não somente nossas regras. A Verdade Católica é trazida à luz por esta coerência. E é isso que atrai. Mas fiquemos sempre próximos aos nossos contemporâneos de boa vontade. Devemos, então, ser firmes com relação a nós mesmos, mas brilhar com misericórdia e entendimento por nosso próximo. Então, ele amará nossa firmeza!
Padre Guillaume Gaud, FSSPX
(Apóstolo, publicação para os priorados de Fabrègues e Perpignan, França
La Porte Latine – “The dilemmas of our bastions of faith“, trechos)
* * *
Nota do Rorate: Haverá quem leia as palavras do Padre e imediatamente diga: mas os anos 50 me atraem! Essa não é a questão: a questão é se isso atrai mais pessoas que poderiam ser favoráveis à Tradição. O que é mais importante, manter a estética de um período no tempo (um período de tempo para uma parte da humanidade), ou tentar encontrar a melhor maneira de atrair aquelas almas sensíveis que, de outro modo, rejeitariam a Tradição por causa de aspectos externos circunstanciais?