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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Esperança para os padres diocesanos da Tradição: criadas 2 paróquias pessoais para a Missa de Sempre em uma só diocese.

Fonte: Fratres in Unum.com – A agência Kipa/Apic informa sobre a criação oficial na diocese de Chur, Suíça, de duas paróquias pessoais para os fiéis ligados à Forma Extraordinária.

Dom Vitus Huonder, bispo de Chur, Suíça,
 celebrando o Rito Romano Tradicional.
Dom Vitus Huonder, bispo de Chur, Suíça, celebrando o Rito Romano Tradicional.
O comunicado oficial (PDF) foi publicado com data de 27 de fevereiro de 2012 no próprio sítio da diocese de Chur na Internet. Nele se informa que, com data de 22 de fevereiro de 2012, o bispo de Chur, Mons. Vitus Huonder, constituiu a Paróquia de Maria Imaculada em Oberarth como paróquia pessoal para a Forma Extraordinária, para os fiéis da Suíça central, e a Paróquia de São Maximiliano Kolbe para os fiéis do Cantão de Zurique.
O comunicado esclarece que na realidade não se trata da criação destas duas paróquias pessoais, mas sim da oficialização de uma situação pré-existente que não era muito clara, já que existiam anteriormente dois centros onde se celebrava a Santa Missa segundo a Forma Extraordinária.
Mais adiante o comunicado explica o que é uma paróquia pessoal e ao final menciona que em outros lugares do planeta existem paróquias pessoais para a Forma Extraordinária, como as que  acabam de ser criadas em Chur.
Esta é uma atitude corajosa de Mons. Huonder, que desde que foi nomeado bispo de Chur conta com uma forte oposição de seus colaboradores mais próximos e outras maçãs podres do ultra-progressismo. Uma delas inclui uma solicitação de sua renúncia, em vista da qual Mons. Hounder solicitou ajuda na Congregação para os Bispos, a fim de solucionar a problemática. Além disso, o sítio Gloria TV publicou um documento em apoio a Mons. Hounder (ver aqui). Depois de recebido em Roma, soube-se que Mons. Hounder recebeu um amplo respaldo não só por parte da Congregação para os Bispos, mas também do próprio Santo Padre (ver aqui).
Supomos que esta medida foi animada pelo respaldo que Mons. Hounder obteve no Vaticano e também supomos que toda essa caterva que lhe faz guerra começará a se queixar e a criticar a medida.
Pergunta: Como é que em uma diocese tão pequena se pode criar simultaneamente duas paróquias pessoais para a Forma Extraordinária e nas dioceses ou arquidioceses grandes seria impensável a criação de, pelo menos, uma paróquia? Pensemos em lugares como, por exemplo, Buenos Aires, Santiago, Caracas ou São Paulo.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A Nova Evangelização e a Sagrada Liturgia, por Dom Athanasius Schneider.


Dom Athanasius Schneider celebra missa de abertura do Congresso Summorum Pontificum em Roma.
Dom Athanasius Schneider celebra missa de abertura do Congresso Summorum Pontificum em Roma.
Para falarmos corretamente da nova evangelização, é indispensável fixarmos, primeiramente, o nosso olhar sobre Aquele que é o verdadeiro evangelizador, isto é, Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, o Verbo de Deus feito Homem. O Filho de Deus veio a esta terra para expiar e redimir  o  maior pecado, o pecado por excelência. E o pecado por excelência da humanidade consiste na recusa de adorar a Deus, na recusa de Lhe reservar o primeiro lugar, o lugar de honra. Este pecado dos homens consiste no fato de não se dar atenção a Deus, no fato de que não se tem mais o sentido das coisas, ou dos detalhes que emergem de Deus e da adoração que Lhe é devida, no fato de não se querer ver a Deus, no fato de não se querer ajoelhar diante de Deus.
Em face de uma tal atitude, a encarnação de Deus é embaraçosa; embaraçosa, igual e consequentemente, a presença real de Deus no mistério eucarístico; embaraçosa a centralidade da presença eucarística de Deus nas igrejas. O homem pecador quer, com efeito, pôr-se no centro, tanto dentro da igreja como durante a celebração eucarística, ele quer ser visto, quer ser reparado.
Esta é a razão pela qual se prefere colocar de lado Jesus Eucaristia, Deus encarnado, presente no tabernáculo sob a forma eucarística. Mesmo a representação do Crucificado sobre a Cruz no meio do altar, durante a celebração voltada para o povo, é embaraçosa, porque o rosto do padre se encontraria ofuscado. Dessa forma, a imagem do Crucificado ao centro, assim como Jesus Eucaristia no tabernáculo igualmente no centro do altar, são embaraçosos. Consequentemente, a Cruz e o Tabernáculo são deslocados para o canto. Durante a celebração, os assistentes devem poder observar permanentemente o rosto do padre, e este adquire prazer em se colocar, literamente, no centro da casa de Deus. E se por azar Jesus Eucaristia, apesar de tudo, for deixado em seu tabernáculo no centro do altar, porque o ministério dos monumentos históricos, mesmo sob um regime ateu, proibiu que se O deslocasse por razões de conservação do patrimônio artístico, o padre, frequentemente ao longo de toda a celebração litúrgica, Lhe dá, sem escrúpulos, as costas.

“Rezai por mim, para que eu possa dominar com humilde firmeza o leme da Santa Igreja”.


AGI | Tradução: Fratres in Unum.com - “O Papa pediu ao povo cristão que rezasse por seus cardeais, para que sejam sempre fiéis a Cristo. E, acrescentou, rezai por mim, para que eu possa dominar com humilde firmeza o leme da Santa Igreja”. Vem à nossa mente, nesta imagem, uma grande barca, a proa fortemente atingida por grandes ondas e vento forte”. Assim escreve Avvenire [jornal pertencente à Conferência Episcopal da Itália - CEI] no editorial de ontem, desejando que “continue firme e fiel a mão daquele ancião no leme”, ao qual se expressa no artigo “afeto e gratidão filial”. Comentando a alocução do Consistório de sábado, a jornalista Marina Corradi, colunista do jornal da CEI, salienta que o Papa Ratzinger contrapõe a lógica do Evangelho “à lógica do mundo, à lógica do poder, ao sucesso, às aparências. Aquela na qual no fundo, muito ou pouco, quase todos nós vivemos. Na qual viveram também os apóstolos, que se perguntavam ansiosamente quem era o maior entre eles. Lógica derrubada na Cruz por um homem que disse: quem quiser ser o primeiro entre vós, deve ser o servo de todos”. O proposto pelo Evangelho, de fato, é um “mundo de cabeça para baixo: fazer-se pequeno — conclui o editorial de Avvenire — contra o instinto que pressiona e quer domínio e honras. Assim são os homens, sempre foram, nem Cristo se escandalizou com eles naquele dia, na estrada para Jerusalém, quando, separadamente, reivindicaram que lhes reservasse os melhores lugares. Mas eles o seguiam; e ao segui-lo se viram perseguidos, presos, mas verdadeiramente grandes. Em uma lógica totalmente diferente. Não a do ‘mundo’. “

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Catequizando a CNBB. Carta do Papa por ocasião da abertura da Campanha da Fraternidade 2012: “Que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua alma?”.



Ao Venerado Irmão
CARDEAL RAYMUNDO DAMASCENO ASSIS
Arcebispo de Aparecida (SP) e Presidente da CNBB
Fraternas saudações em Cristo Senhor!
De bom grado me associo à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil que lança uma nova Campanha da Fraternidade, sob o lema “que a saúde se difunda sobre a terra” (cf. Ecio 38,8), com o objetivo de suscitar, a partir de uma reflexão sobre a realidade da saúde no Brasil, um maior espírito fraterno e comunitário na atenção dos enfermos e levar a sociedade a garantir a mais pessoas o direito de ter acesso aos meios necessários para uma vida saudável.
Para os cristãos, de modo particular, o lema bíblico é uma lembrança de que a saúde vai muito além de um simples bem-estar corporal. No episódio da cura de um paralítico (cf. Mi_ 9, 2-8), Jesus, antes de fazer com que esse voltasse a andar, perdoa-lhe os pecados, ensinando que a cura perfeita é o perdão dos pecados, e a saúde por excelência é a da alma, pois que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua alma?» (Mi 16,26). Com efeito, as palavras saúde e salvação têm origem no mesmo termo latino ‘salus’ e não por outra razão, nos Evangelhos, vemos a ação do Salvador da humanidade associada a diversas curas: “Jesus andava por toda a Galiléia, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo o tipo de doença e enfermidades do povo” (Mt 4,23).
Com o seu exemplo diante dos olhos, segundo o verdadeiro espírito quaresmal, possa esta Campanha inspirar no coração dos fiéis e das pessoas de boa vontade urna solidariedade cada vez mais profunda para com os enfermos, tantas vezes sofrendo mais pela solidão e abandono do que pela doença, lembrando que o próprio Jesus quis Se identificar com eles: (pois Eu estava doente e cuidastes de Mim» (Mt 2536). Ajudando-lhes ao mesmo tempo a descobrir que se, por um lado, a doença é prova dolorosa, por outro, pode ser, na união com Cristo crucificado e ressuscitado, uma participação no mistério do sofrimento d’Ele para a salvação do mundo. Pois, «oferecendo o nosso sofrimento a Deus por meio de Cristo, nós podemos colaborar na vitória do bem sobre o mal, porque Deus toma fecunda a nossa oferta, o nosso ato de amor» (Bento XVI, Discurso aos enfermos de Turim, 2/V/2010).
Associando-me, pois, a esta iniciativa da CNBB e fazendo minhas as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias de cada um, saúdo fraternalmente quantos tomam parte, física ou espiritualmente, na Campanha «Fraternidade e Saúde Pública», invocando — pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida — para todos, mas de modo especial para os doentes, o conforto e a fortaleza de Deus no cumprimento do dever de estado, individual, familiar e social, fonte de saúde e progresso do Brasil, tornando-se fértil na santidade, próspero na economia, justo na participação das riquezas, alegre no serviço público, equânime no poder e fraterno no desenvolvimento. E, para confirmar-lhes nestes bons propósitos, envio uma propiciadora Bênção Apostólica.
Vaticano, 11 de fevereiro de 2012

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Homilia de Bento XVI aos novos cardeais


O texto evangélico de hoje apresenta Pedro que, movido por uma inspiração divina, exprime firmemente a sua fé em Jesus, o Filho de Deus e o Messias prometido. Respondendo a esta profissão clara de fé, que Pedro faz também em nome dos outros Apóstolos, Cristo revela-lhe a missão que pensa confiar-lhe: ser a «pedra», a «rocha», o alicerce visível sobre o qual será construído todo o edifício espiritual da Igreja (cf. Mt 16, 16-19). Esta denominação de «rocha-pedra» não alude ao carácter da pessoa, mas só é compreensível a partir dum aspecto mais profundo, a partir do mistério: através do encargo que Jesus lhe confere, Simão Pedro tornar-se-á aquilo que ele não é mediante «a carne e o sangue». O exegeta Joachim Jeremias mostrou que aqui está presente, como cenário de fundo, a linguagem simbólica da «rocha santa». A propósito, pode ajudar-nos um texto rabínico onde se afirma: «O Senhor disse: “Como posso criar o mundo, sabendo que hão-de surgir estes sem-Deus que se revoltarão contra Mim?” Mas, quando Deus viu que devia nascer Abraão, disse: “Vê! Encontrei uma rocha, sobre a qual posso construir e assentar o mundo”. Por isso, Ele chamou Abraão uma rocha». O profeta Isaías alude a isto mesmo, quando recorda ao povo: «Considerai a rocha de que fostes talhados (…). Olhai para Abraão, vosso pai» (51, 1-2). Pela sua fé, Abraão, o pai dos crentes, é visto como a rocha que sustenta a criação. Simão, o primeiro que confessou Jesus como o Cristo e também a primeira testemunha da ressurreição, torna-se agora, com a sua fé renovada, a rocha que se opõe às forças destruidoras do mal.
[...]
Na Igreja, tudo se apoia na fé: os sacramentos, a liturgia, a evangelização, a caridade. Mesmo o direito e a própria autoridade na Igreja assentam na fé. A Igreja não se auto-regula, não confere a si mesma o seu próprio ordenamento, mas recebe-o da Palavra de Deus, que escuta na fé e procura compreender e viver. Na comunidade eclesial, os Padres da Igreja têm a função de garantes da fidelidade à Sagrada Escritura. Asseguram uma exegese fidedigna, segura, capaz de formar um conjunto estável e unitário com a cátedra de Pedro. As Sagradas Escrituras, interpretadas com autoridade pelo Magistério à luz dos Padres, iluminam o caminho da Igreja no tempo, assegurando-lhe um fundamento estável no meio das transformações da história.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Alocução do Santo Padre, o Papa Bento XVI, no Consistório ordinário público de hoje

O neo-cardeal João Braz de Avis, representante brasileiro no consistório de hoje.
No cenário de fundo do terceiro anúncio da paixão, morte e ressurreição do Filho do Homem, sobressai, pelo seu clamoroso contraste, a cena dos dois filhos de Zebedeu, Tiago e João, que, ao lado de Jesus, ainda correm atrás de sonhos de glória. Pediram-Lhe: «Concede-nos que, na tua glória, nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda» (Mc 10, 37). Contundente é a resposta de Jesus, e inesperada a sua pergunta: «Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que Eu bebo?» (Mc 10, 38). A alusão é claríssima: o cálice é o da paixão, que Jesus aceita para cumprir a vontade do Pai. O serviço a Deus e aos irmãos, a doação de si mesmo: esta é a lógica que a fé autêntica imprime e gera na nossa existência quotidiana, mas que está em contradição com o estilo mundano do poder e da glória.
Com o seu pedido, Tiago e João mostram que não compreendem a lógica de vida que Jesus testemunha, aquela lógica que deve – segundo o Mestre – caracterizar o discípulo no seu espírito e nas suas acções. E a lógica errada não reside só nos dois filhos de Zebedeu, mas, segundo o evangelista, contagia também «os outros dez» apóstolos, que «começaram a indignar-se contra Tiago e João» (Mc 10, 41). Indignam-se, porque não é fácil entrar na lógica do Evangelho, deixando a do poder e da glória. São João Crisóstomo afirma que ainda eram imperfeitos os apóstolos todos: tanto os dois que procuravam obter precedência sobre os outros dez, como os dez que tinham inveja dos dois (cf. Comentário a Mateus, 65, 4: PG 58, 622). E São Cirilo de Alexandria, ao comentar passagens paralelas no Evangelho de Lucas, acrescenta: «Os discípulos caíram na fraqueza humana e puseram-se a discutir uns com os outros qual deles seria o chefe, ficando superior aos outros. (…) Isto aconteceu e foi-nos narrado para nosso proveito. (…) O que sucedeu aos santos Apóstolos pode revelar-se, para nós, um estímulo à humildade» (Comentário a Lucas, 12, 5, 24: PG 72, 912). Este episódio deu ocasião a Jesus para Se dirigir a todos os discípulos e «chamá-los a Si», de certo modo para os estreitar a Si, a fim de formarem como que um corpo único e indivisível com Ele, e indicar qual é a estrada para se chegar à verdadeira glória, a de Deus: «Sabeis como aqueles que são considerados governantes das nações fazem sentir a sua autoridade sobre elas, e como os grandes exercem o seu poder. Não deve ser assim entre vós. Quem quiser ser grande entre vós, faça-se vosso servo, e quem quiser ser o primeiro entre vós, faça-se o servo de todos» (Mc 10, 42-44).

“O carnaval: tempo de minhas dores e aflições” (São Francisco de Sales)

Rafaelle Maria Santana

Não foi sem motivos que o carnaval tornou-se o tempo de dores e aflições de São Francisco de Sales. O carnaval é uma festa que se originou na Grécia em meados dos anos 600 a 520 a.C. Através dessa festa os gregos realizavam seus cultos em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção. Posteriormente, os gregos e romanos inseriram bebidas e práticas sexuais na festa, tornando-a intolerável aos olhos da Igreja. O carnaval não é uma festa católica. Era uma festa pagã que os romanos realizavam em fevereiro, as februália. Como os cristãos iam passar quarenta dias sem comer carne, o nome carnaval se entendeu como carne vale, isto é, os últimos dias em que se podia comer carne antes da Quaresma.
A festa foi grandemente adotada pela população brasileira, o que tornou o carnaval uma das maiores comemorações do país. Desde os tempos passados até os dias de hoje o carnaval só tem causado danos físicos, materiais e principalmente espirituais. O carnaval tornou-se o tempo em que as pessoas, incluindo os cristãos crucificam novamente Jesus. A violência no carnaval só aumenta a cada ano. O demônio faz festa entre as pessoas, causando discórdia, brigas e mortes. Enquanto uns morrem, outros dançam sem se importar com nada.
É no carnaval que os jovens começam a se drogar, o que seria um impulso para um divertimento, os torna clientes de traficantes e o que seria diversão de carnaval, os mantém prisioneiros de um vicio que os acompanha o ano e a vida inteira. Os traficantes dizem que no carnaval todos são “alvos fáceis”.
No carnaval dívidas e dívidas são contraídas, as pessoas gastam o que não podem gastar, deixam de usar o dinheiro para um bem e o gastam em prazeres passageiros, vale tudo pelo carnaval.
No carnaval os jovens esquecem-se dos valores adquiridos, se entregam ao prazer sem compromisso, mulheres esquecem de imitar Maria, tornam-se objetos, perdendo seu valor e saindo com vários homens durante a festa, homens muitas vezes casados, casamentos são destruídos. Cada vez mais as doenças venéreas são comuns nesse período, ninguém mais se importa com a saúde, nem com o corpo que é templo do espírito santo.
Muitas mulheres em diferentes idades engravidam sem sequer saber quem é o pai. Algumas assumem sozinhas um filho de uma gravidez totalmente indesejada, outras entregam seus filhos e as que chegam as ultimas conseqüências, livram-se desse problema. As clinicas de aborto funcionam muito mais nesse período.
O que acontece no carnaval é que as pessoas se animalizam, passam os quatro dias seguindo os seus instintos. Deus é completamente deixado de lado, é esquecido. O que importa é o deus do carnaval que não é outro senão Lúcifer.
O Servo de Deus, João de Foligno, dava ao carnaval o nome de: “Colheita do diabo”. Só o que há no carnaval são marginais, assassinos, traficantes com todo tipo de droga, prostituição, pornografia, destruição da inocência das crianças, destruição das mentes dos jovens, assaltantes, agressões físicas e morais, maus policiais que sujam a imagem da policia, pedofilia, divórcios por ciúmes, brigas familiares ou de vizinhos. Isso é o que o demônio colhe.

Os cristãos esquecem as missas, esquecem a oração, esquecem de DEUS. O entregam nas mãos dos inimigos, feito Judas e depois voltam pra ele com um beijo de traição, nem se lembram de pedir perdão.

Os cristãos no tempo do carnaval devem colocar os joelhos no chão e pedir a Deus misericórdia. E devem sempre lembrar CARNAVAL NÃO É UMA FESTA CATÓLICA, NÃO EXISTE “CARNAVAL DE  CRISTO”.
 Só existem dois lados, não dá pra ficar em cima do muro, pois o muro já tem dono e o dono é o demônio.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

O que é um tradicionalista?


O Tradicionalismo é uma Afirmação.


A pequena aldeia de Villatalla, na diocese italiana de Albenga-Imperia, onde os Beneditinos da Imaculada vivem e onde o pequeno campanário ainda convoca as pessoas para assistir à Missa Tradicional em Latim.
A pequena aldeia de Villatalla, na diocese italiana
 de Albenga-Imperia, onde os Beneditinos da
Imaculada vivem e onde o pequeno campanário
ainda convoca as pessoas para assistir à Missa
Tradicional em Latim.
Uma das coisas mais importantes que uma pessoa tem é a identidade. Isso explica porque os nomes são tão importantes para nós. Adão recebeu poder para designar as coisas no Jardim do Édem, mostrando que ele tinha domínio sobre o restante da criação, incluindo Eva, a quem nomeou. Quando uma criança descobre que um grande animal de olhar estranho tem um nome, ela encontra conforto neste fato, e se o papai pode identificá-lo, a coisa não deve ser tão terrível. Ela é conhecida.
Os católicos tradicionais, ou tradicionalistas, designam a si mesmos dessa forma por causa de sua adesão às tradições da Igreja; uma vez que eles o fazem em vista do abandono em larga escala daquelas tradições por parte da hierarquia, assim como clero e fiéis, este é o motivo pelo qual a expressão “católicos” nem sempre é suficiente, embora devesse ser. Além desse conceito muito genérico do que é o tradicionalismo, há compreensões múltiplas e discrepantes do que exatamente define a identidade do tradicionalista. Evitando um dogmatismo rígido onde a Igreja não nos deu ainda uma definição dogmática — precisamos estar preparados para morrer pelo dogma católico, porém não por nossas próprias opiniões — gostaria de considerar o que o tradicionalismo é em sua essência.
O contraste clareia a mente, então começarei com o que o tradicionalismo não é. O tradicionalismo não é uma negação. Ele não é uma recusa. Ele não é um apontar de dedos seguido de “você está errado!”. Existe um nome para essa ideologia: protestantismo. O protestantismo não é um conteúdo, mas sim um anti-conteúdo. Ele não é uma afirmação, mas sim uma negação.
Certamente, o católico deve concordar com as condenações da Igreja, bem como com as suas definições, mas uma existência de condenação é contingente a duas coisas: a verdade que veio primeiro, e um erro que nega a verdade. Em outras palavras, uma condenação, embora boa e necessária, somente surge porque algum vilão (talvez o próprio Satanás) elaborou uma negação da verdade de Deus. Mas a verdade de Deus chegou primeiro.
Os textos do Concílio de Trento nos dão uma ilustração disso. Trento afirma a verdade católica em seus decretos, que são textos comparativamente longos que explicam a doutrina católica em detalhes. Ao final daqueles decretos de rico conteúdo, em seguida, o Concílio condena os diversos erros em seus breves cânones.
Assim, a curta resposta à pergunta referente à identidade do tradicionalista é que ele é um católico que afirma as verdades dogmáticas, os ensinamentos morais e às tradições litúrgicas da Igreja. Isso é substancial e primário. O fato de agir assim em face de oposição, não somente do mundo, mas de outras pessoas que se chamam católicos, é secundário e acidental. Não vamos inverter a ordem, se não permitiremos que o inimigo imponha a nossa identidade.
Uma palavra sobre a busca por uma identidade: acredito que isso seja algo muito moderno, um produto da falta de raízes da cultura moderna, que nos serve a partir de nossas tradições, nossa terra e nossa gente. A modernidade nos homogeneíza, efetivamente desenraizando costumes e culturas locais. O católico é um membro da Igreja universal, mas ele não é um cidadão do universo por causa disso. Ele está localizado, e seu encontro com a Fé está no contexto de lugar, idioma e costume. Um católico do século quatorze na França e seu correligionário do quarto século no Egito possuíam a mesma fé, moral e religião (com padres, bispos, Missa, sacramentos, etc.), mas a variedade de idioma, ritual e costume era grande.
Isso é como deveria ser. Recebemos a fé em nível local. Nós a vivemos em nossas famílias. Nós a pronunciamos em nossos idiomas. Nós a praticamos no prédio daquela igreja, com as pessoas daquela comunidade. (A noção italiana de campanirismo e a concepção Carlista de fueros são expressões culturais e políticas dessa realidade.) A vivência da fé verdadeira é o que produz uma cultura católica, e essa cultura é o que deve impressionar por si mesma nossos jovens, formando as suas convicções, inspirando as suas ações, comandando as suas reações. Uma identidade – genuína, em todo caso – é formada dessa maneira orgânica. Nós não as colocamos e retiramos como um aluno de faculdade indeciso faz com sua carreira universitária. Isso é o que o homem moderno, sem raízes e sem descanso, faz, e essa é uma das causas de sua insanidade.
Em nossos dias, é claro, a Fé não está sendo vivida em lugares onde habitualmente estava. Os campanários italianos, que proporcionam àqueles que os ouvem um sentido de lar, ainda soam, mas freqüentemente anunciam o oferecimento de uma liturgia bizarra, a pregação de uma doutrina aguada e uma religiosidade de conformidade aos padrões do mundo. Assim, o campanirismo, “espírito do campanário”, não representa totalmente o que fazia outrora. E isso vale para outros lugares na Igreja universal. Assim, essa é a razão pela qual os tradicionalistas viajam, às vezes grandes distâncias, para ouvir uma Missa tradicional, com a catequese e a cultura que a acompanham.
Mas ainda podemos fazer muito para viver a Fé em nossas famílias e nossas comunidades. Ao fazê-lo, devemos resistir à tentação de transformar o tradicionalismo em uma ideologia, uma reação ou uma negação do que as outras pessoas fazem. O tradicionalismo é aquilo que somos, aquilo que sabemos, e aquilo que fazemos. Aqui, então, catalogaremos algumas das coisas que os tradicionalistas afirmam ou devem afirmar:
Afirmamos o credo católico em toda a sua integridade.
Afirmamos que a Igreja Católica é a única esposa de Cristo, e que a sua Fé e a sua religião são os únicos caminhos divinamente revelados para se acreditar e servir ao Deus vivo. Conseqüentemente, a Igreja Católica é o único caminho para a salvação.
Afirmamos que a verdade divina é atacada por inimigos da Igreja de Deus, e que os fiéis devem “pelejar pela fé, confiada de uma vez para sempre aos santos.” (Judas 1, 3).
Afirmamos a constituição sobrenatural da Igreja, a hierarquia natural da família e o domínio de Cristo Rei na sociedade. Na medida de nossas possibilidades, trabalharemos para preservar ou restaurar essas coisas em nossas próprias famílias e comunidades; porque o mundo, a carne e o demônio estão minando esta ordem estabelecida por Deus.
Afirmamos que o louvor público de Deus pela Igreja e sua liturgia nos foram entregues com grande cuidado por nossos pais na Fé. Isso foi feito em uma bela variedade de ritos. É errôneo jogar fora esses tesouros de séculos de desenvolvimento cuidadoso sob a proteção do Espírito Santo. Assim, nós os praticaremos, honraremos, amaremos e ensinaremos aos nossos filhos.
A resposta autêntica ao mal é uma vida de virtude e santidade cristã, que nada mais é do que a resposta fiel à vocação básica (o chamado batismal à santidade), vivida de acordo com o modo da “vocação secundária” (ou seja, sacerdócio, vida religiosa, matrimônio, o celibato no mundo).
Há muita coisa obscura e má na vida, mas se optarmos por permitir a nós mesmos sermos consumados por essas coisas, então, que vergonha. São Paulo observa que o que perdemos em Adão é muitíssimo superado por aquilo que ganhamos em Cristo (cf. Romanos 5: 15 seg.). Não é necessário ter Fé para ver a maldade e o desespero; eles são óbvios demais aos sentidos. A grande maravilha é a quantidade de bem que realmente existe, e para ver isso é necessário ter Fé: a água regenerando pecadores como filhos de Deus e herdeiros do Céu, o Próprio Deus descendo em nossos altares nas aparências de pão e vinho, o Evangelho sendo pregado aos pobres.
E o próprio Evangelho, Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo! Esta é a “Boa Nova”: Boa, porque procede do bom Deus, e nova, porque precisa ser dita.
Temos um tesouro na liturgia tradicional da Igreja. Também temos grandes comentários sobre ela, nenhum melhor do que o Ano Litúrgico de Dom Gueranger. Também temos a Sagrada Escritura, os escritos dos Padres e Doutores, e os grandes monumentos intelectuais e artísticos da cultura católica que nasceram com as sociedades cristãs. Tudo o que temos, mais o Próprio Deus, os Anjos, os Santos, e a promessa de glória futura se perseverarmos! E não nos esqueçamos que temos Nossa Senhora, a Causa de Toda a nossa Alegria.
Se, com tudo isso, precisarmos sair em busca de uma identidade, ou defini-la em termos puramente negativos contra alguma outra classe de pessoas, então, realmente, não temos idéia alguma sobre o que seja a Tradição.