1ª objeção: Não pode haver pena de morte porque podem acontecer erros e acabar-se matando inocentes.
Resposta: Segundo esse argumento, tudo o que contém algum risco de
erro é ilegítimo. Se esse argumento procedesse, deveriam ser proibidos o
avião e o automóvel, porque acontecem vários acidentes por ano e muitos
inocentes morrem. "Abusus non tollit usum" (o abuso não tolhe o
uso), é uma máxima do Direito absolutamente verdadeira. Caso contrário, a
vida em sociedade seria impossível.
2ª objeção: Um erro não justifica outro.
Resposta: a objeção normalmente parte do pressuposto de que a pena de morte é um erro, sem se dar ao trabalho de provar isso.
Se assim fosse, a mãe não poderia bater no filho quando ele faz alguma
travessura, já que bater é errado e não poderia ser usado para corrigir
outro erro.
Dever-se-iam extinguir as cadeias, porque os erros dos criminosos não justificariam outro erro que é o cárcere forçado.
E assim por diante...
3a. objeção: Só Deus pode tirar a vida. E Ele ordenou: "Não matarás".
Resposta: Então, a Bíblia estaria errada quando diz: "O que ferir um homem querendo matá-lo, seja punido de morte" (Êxodo 21,12). "O que ferir o seu Pai ou sua Mãe seja punido de morte" (Êxodo 21,15). "Aquele que tiver roubado um homem, e o tiver vendido, convencido do crime, morra de morte"(Êxodo 21,16).
Na verdade, a ordem divina "Não matarás"
significa que ninguém pode matar sem motivo, sem razão. Não impede o
assassinato em legítima defesa. Ora, a pena de morte nada mais é do que a
legítima defesa da sociedade contra o criminoso.
Se a objeção procedesse, não haveria previsão da pena de morte na Bíblia.
4ª objeção: A Igreja Católica é contra a pena de morte
Resposta: A Igreja sempre ensinou que a pena de morte é legítima.
Ela não poderia ir contra o que a Bíblia ensina de modo tão explícito.
Vários santos defenderam a pena capital, entre eles: São Jerônimo, o
doutor máximo das Escrituras, Santo Agostinho, São Pio V, São Pio X e
São Tomás, o maior doutor da Igreja.
Quem se opõe à pena de morte não é a Igreja, mas alguns padres e bispos.
São Paulo ensinou que a pena de morte é legítima: "Paulo,
porém, disse: Estou diante do Tribunal de César, é lá que devo ser
julgado; nenhum mal fiz aos Judeus, como tu sabes muito bem. E, se lhes
fiz algum mal ou coisa digna de morte, não recuso morrer..." (Atos XXV, 10-11).
São Paulo afirma que existem ações que são dignas de morte. É, portanto,
favorável à pena capital. Diz ainda, em outra passagem: "Os quais,
tendo conhecido a justiça de Deus, não compreenderam que os que fazem
tais coisas são dignos de morte; e não somente quem as faz, mas também
quem aprova aqueles que as fazem" (Rom I, 32).
5ª objeção: Não se pode punir os criminosos com a morte. Ninguém tem esse direito.
Resposta: É necessário punir os faltosos. A justiça manda "dar a cada um o que é seu".
Quando um ladrão rouba uma pessoa, cometeu uma injustiça e a vítima,
além da sociedade, é "credora" desse ladrão. Então, para se fazer
justiça, o ladrão deve pagar. Restituir o que subtraiu à vítima e pagar
uma pena.
Por isso sempre se diz: "O criminoso está em dívida com a sociedade", "Já paguei minha dívida com a sociedade".
Os maus devem ser punidos, é o que ensina São Tomás na "Suma contra os gentios", em que cita algumas passagens da Bíblia:
Diz o Apóstolo: "Não sabeis que um pouco de fermento corrompe a massa?" (ICor 5, 6e13), acrescentando logo após: "Afastai o mal de vós". Referindo-se à autoridade terrestre, diz que: "Não sem razão leva a espada, é ministro de Deus, punidor irado de quem faz o mal" (Rm 13,4). Diz S. Pedro: "Sujeitai-vos
a toda criatura humana por causa de Deus; quer seja rei, como soberano;
quer sejam governantes, como enviados para castigar os maus, também
para premiar os bons" (1Pd 2,13-14).
De acordo com essas passagens, a punição é necessária, e os governantes têm o direito de punir.
A pena deve ser proporcional ao agravo. Desse modo, para uma infração
leve devemos ter uma pena leve, para uma infração média, uma pena média,
e para uma infração grave, por exemplo, um assassinato, devemos ter uma
pena forte, que é justamente a pena de morte.
Por isso a Bíblia elenca vários crimes que são dignos de morte.
6ª objeção: A pena de morte não resolverá nada. Os EUA são a prova disso.
Resposta: Resolve sim. Primeiro porque um apenado com a pena capital
não cometerá crimes novamente. Segundo, porque nos países onde ela
existiu, no decorrer da história, sempre houve baixa criminalidade.
Por exemplo, na França. Em Paris, entre 1749 e 1789 - quarenta anos - aconteceram apenas DOIS assassinatos.
E hoje em dia, nos países que aplicam a pena máxima - como é o caso dos
países árabes e de Cingapura - há baixíssima criminalidade.
Nos EUA, se não houvesse pena de morte haveria ainda mais crimes. Além
disso, o sistema americano é imperfeito; há poucas condenações e os
processos são demorados demais.
Em New York a criminalidade está despencando e um dos motivos é a aprovação da pena de morte.
7ª objeção: É uma falta de caridade com o criminoso. É contra os princípios cristãos.
Resposta: Pelo contrário. Como ensina São Tomás, o ódio perfeito
pertence à caridade. A pena de morte na verdade é caridosa. Quando
aplicada a um criminoso irrecuperável, ela impede que ele cometa mais
crimes, ou seja, impede que cometa mais pecados.
Como dizia São Domingos Sávio, "é preferível morrer a cometer um pecado mortal".
Além disso, a pena capital, é uma excelente oportunidade para que o
criminoso se arrependa de seus crimes e ofereça sua vida como pagamento
de seus pecados.
O criminoso, no corredor da morte, tem uma rara oportunidade de
salvar-se, bastando arrepender-se e confessar a um sacerdote antes da
execução.
8a. objeção: Não se pode abreviar a vida porque existe a possibilidade de uma graça futura ou de um arrependimento futuro.
Resposta: Ora, para Deus não existe tempo. Se tal pessoa deveria receber uma graça no futuro, Deus "anteciparia" tal graça.
Por outro lado, a Justiça não pode trabalhar com meras "hipóteses" ou "suposições".
Na argumentação de São Tomás, o perigo de um criminoso para a sociedade é
maior do que a chance dele se converter, e por isso deve ser eliminado.
9a. objeção: Jesus Cristo foi contra a pena de morte
Resposta: Jesus Cristo é Deus. Deus é o autor mediato da Bíblia. Se a
pena de morte fosse errada, não haveria previsão na Sagrada Escritura.
No Novo Testamento há várias passagens pró pena de morte: S. João XIX, 10-11: "Então
disse-lhe Pilatos: Não me falas? Não sabes que tenho poder para te
crucificar, e que tenho poder para te soltar? Respondeu Jesus: Tu não
terias poder algum sobre mim se te não fosse dado do alto...".
Ou seja, Deus deu a Pilatos, autoridade constituída, o direito de
aplicar a pena de morte. É claro que com Nosso Senhor, Pilatos usou mal
esse direito. E no Apocalipse: Apoc XIII, 10: "Quem matar à espada importa que seja morto à espada".
10ª objeção: As pessoas que defendem a pena de morte
assim o fazem porque não serão elas as executadas. Se um filho dessas
mesmas pessoas estivesse no corredor da morte seriam as primeiras a
protestarem contra a pena capital.
Resposta: Se esse raciocínio fosse verdadeiro, teríamos
de acabar com todas as penas, porque quem comete um crime não quer ser
condenado, mesmo que tenha defendido a pena para esse crime. O argumento
equivale a dizer: "As pessoas que defendem a pena de cárcere forçado
assim o fazem porque não serão elas as prisioneiras. Se um filho dessas
mesmas pessoas estivesse preso seriam as primeiras a protestarem contra a
prisão".
11a. objeção: Quem é contra o aborto, não pode ser a favor da pena de morte.
Resposta: Raciocínio torto esse, totalmente "non sense".
Somos a favor de punir bandidos, e não inocentes que nunca fizeram
nada. Esse raciocínio é o equivalente a dizer: "quem é contra prender
uma criança durante 10 anos numa cela, não pode ser a favor de prender
um criminoso por 10 anos numa cadeia".
A tese contrária é verdadeira "Quem é a favor do aborto não pode ser
contra a pena de morte". Se alguém defende o assassinato de uma criança
inocente, não poderá ser contra a execução de um bandido.
Infelizmente, hoje em dia, há várias pessoas que são favoráveis ao
assassinato intra-uterino (aborto) e são contra a pena de morte. É o
cúmulo do "non sense".
12ª. objeção: Se no passado ela poderia estar certa,
a pena de morte hoje em dia não tem mais cabimento. A tendência do
mundo é de acabar com ela, não podemos impedir a evolução das coisas. A
pena de morte não é compatível com um mundo civilizado.
Resposta: De acordo com esse raciocínio as tendências do mundo moderno são todas excelentes e inatacáveis.
Entretanto, hoje a tendência é de que os partidos neo-nazistas cresçam.
Então, esses partidos estariam certos? A tendência é o deficit público
aumentar. Então, o deficit é bom? A tendência é o trânsito aumentar, a
criminalidade aumentar.
"Tendências" não significam nada, podem ser ruins ou boas.
Não existe "evolução" para a verdade.
É justamente hoje em dia que precisamos mais da pena de morte, porque há mais crimes.
Civilizado é um mundo com baixa criminalidade e não um mundo em que se mata por nada.
13ª. objeção: As penas devem ser educativas, para recuperar o criminoso, e não para vingar.
Resposta: Toda a pena é vindicativa. A recuperação do criminoso está em segundo plano.
O primeiro dever do Estado é proteger a sociedade, e não recuperar o indivíduo. O todo vale mais que a parte.
Ademais, a pena de morte é extremamente educativa para todo mundo.
14ª objeção: A maioria das pessoas é contra a pena de morte.
Resposta: Não é verdade. A maioria das pessoas é a favor da pena capital.
Nos EUA em torno de 75%, no Brasil deve ser também. Bastaria um plebiscito para confirmar esse dado.
15ª. objeção: Não se pode punir os criminosos com a
pena capital porque a culpa é da sociedade. A pobreza é que causa a
criminalidade. São traumas psicológicos que causam o crime.
Resposta: Então, a Igreja estaria errada quando ensina que
existe o livre arbítrio e, por causa dele, podemos escolher entre o bem e
o mal.
Os crimes existem em função da maldade humana que escolhe o mal em vez do bem.
Se a sociedade fosse a culpada, não poderia haver Direito, não poderia
haver nenhum tipo de repressão. O próprio Direito Civil seria inútil,
pois, todo o inadimplente poderia alegar que não pagou por culpa da
sociedade, e o credor não poderia cobrá-lo.
O mesmo aconteceria com os "traumas psicológicos".
Dizer que a pobreza causa a criminalidade é dizer que todo pobre é ladrão. Ou seja, é uma frase preconceituosa.
Se fosse assim, a Índia, um dos países mais pobres do mundo, seria o
mais violento. Entretanto, é um país com baixa criminalidade.
***
A proibição da pena de morte não tem suporte lógico nenhum. Não existe argumentação eficiente contra a pena capital.
O que explica as pessoas serem contra ela, além de uma visão
totalmente falsa da caridade, é o sentimentalismo, no fundo
materialista, representado por frases como estas: "não se pode punir",
"devemos ter piedade do assassino", "coitado do bandido".
Nenhum pastor, em sã consciência, trocaria um rebanho de ovelhas por um lobo. Ele não hesitaria em matar o lobo.
O nosso triste mundo do século XX, porém, preserva o lobo e mata as ovelhas.
O pior é que nós somos as ovelhas...