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terça-feira, 24 de julho de 2012

Dom Müller à FSSPX: Vaticano II é vinculante.

O chefe da Congregação Romana para a Doutrina da Fé, Arcebispo Gerhard Ludwig Müller, disse que o Concílio Vaticano II é obrigatório para um possível acordo com a ultraconservadora FSSPX. As declarações do Concílio sobre liberdade religiosa, judaísmo e direitos humanos teriam “implicações dogmáticas,” disse Müller ao “Sueddeutsche Zeitung” (sábado). “Elas não podem ser rejeitadas sem comprometer a fé católica.”
A atitude de Roma com relação aos tradicionalistas é óbvia. “Temos que aguardar e ver qual será a declaração oficial da FSSPX”, disse o Arcebispo. Ele rejeitou as declarações da FSSPX, segundo as quais o Papa Bento XVI gostaria muito da unidade com eles, mas a Congregação para a Doutrina da Fé seria contra. Isso “não tem nada a ver com a realidade.”
As faculdades de teologia e os teólogos estão engajados, na opinião do Arcebispo Gerhard Ludwig Müller, frequentemente em questões secundárias. Entretanto, sua tarefa principal é o grande debate com os valores ateístas e seculares, disse o novo Arcebispo.
Por exemplo, Müller citou a Ética Médica. “Na Alemanha há professores que podem dizer coisas significativas e apresentar contribuições para comitês de ética”. Em suas próprias palavras, Müller gostaria de apoiar esses teólogos. O Arcebispo conclamou as faculdades ao diálogo com outras ciências para continuar na ofensiva.  “Muitos reitores de universidades estão felizes por terem faculdades de teologia”. Questões como, por exemplo, o diaconato de mulheres, por outro lado, não seriam resolvidas pelas faculdades, disse o ex-professor de dogmática de Munique. “Essas são questões doutrinais”. Quanto à critica do teólogo de Tubinga, Hans Küng, sobre a sua nomeação, Müller disse: “Uma vez que Hans Küng é infalível, isso deve ser verdade”. Kung havia falado de uma “desastrosa nomeação.”

domingo, 22 de julho de 2012

Lefebvre perdoado.

Dom Marcel Lefebvre
A batalha do arcebispo Marcel Lefebvre contra o Concílio Vaticano II começou antes ainda da sua abertura, nos trabalhos da comissão preparatória, acompanhou o seu desenvolvimento e continuou em formas cada vez mais explícitas e ásperas até a fundação da Fraternidade Sacerdotal São Pio X e do seminário de Ecône, em 1970, a suspensão a divinis decretada em 1976 por João Paulo II [ndr: na realidade, Paulo VI] por causa das ordenações sacerdotais por ele realizadas contra a proibição de Roma, a consagração cismática de quatro novos bispos em 1988 e a excomunhão latae sententiae que se seguiu. Uma excomunhão revogada, por fim, depois de longas negociações com o motu proprio papal de 21 de janeiro de 2009.
Sinos em festa, tudo está bem quando acaba bem: aquela patrulha combativa e tenaz de tradicionalistas incuráveis, adversos não só à nova missa de Paulo VI, mas também à liberdade de consciência sancionada pelo Concílio, ao ecumenismo, ao espírito de fraternidade com o judaísmo, inclinados contra todo compromisso com o mundo moderno, visto como uma colônia de vermes de perniciosas heresias protestantes, liberais, maçônicas e comunistas, havia portanto se rebaixado a conselhos mais mansos e havia voltado ao aprisco da Santa Igreja? Aquele perdão era, portanto, a consequência de um arrependimento, ou ao menos de um ato de obediência de quem finalmente havia obtido as cobiçadas derrogações em matéria litúrgica?

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Declaração do Capítulo Geral da FSSPX.

Fonte: DICI | Tradução: Fratres in Unum.com
Ao término do Capítulo Geral da Fraternidade São Pio X, reunidos em torno do túmulo de seu venerado fundador, Dom Marcel Lefebvre, e unidos ao seu Superior Geral, nós, os participantes, bispos, superiores e membros mais antigos da Fraternidade, elevamos ao céu nossas mais profundas ações de graças pelos quarenta e dois anos de tão maravilhosa proteção divina sobre nossa obra, em meio a uma Igreja em total crise e a um mundo que se afasta cada dia mais de Deus e de sua lei.
Expressamos nossa profunda gratidão a todos os membros da Fraternidade, sacerdotes, irmãos, irmãs, terciários, às comunidades religiosas amigas, assim como aos queridos fiéis, por sua dedicação diária e por suas fervorosas orações por ocasião deste Capítulo, que conheceu intercâmbios francos e um trabalho frutífero. Todos os sacrifícios, todas as penas aceitas generosamente contribuiram, sem dúvida, para superar as dificuldades que a Fraternidade enfrentou ultimamente.Voltamos a encontrar nossa união profunda em sua missão essencial: manter e defender a Fé Católica, formas bons sacerdotes e trabalhar na restauração da Cristandade. Definimos e aprovamos as condições para uma possível regularização canônica. Estabeleceu-se que, neste caso, um Capítulo extraordinário deliberativo seria convocado de antemão. Todavia, nunca se deve esquecer que a santificação das almas sempre começa por nós mesmos. É a obra de uma Fé viva e operante por meio da caridade, segundo as palavras de São Paulo: “Contra a verdade não temos poder algum; temo-lo apenas em prol da verdade“e ainda: “Cristo amou a Igreja e se entregou por ela… para santificá-la, purificando-a” (Ef. 5: 25 s).
O Capítulo considera que o primeiro dever da Fraternidade, no serviço que pretende prestar à Igreja, é continuar professando, com a ajuda de Deus, a Fé Católica em toda a sua pureza e integridade, com uma determinação proporcional aos ataques que esta mesma Fé não deixa de sofrer hoje.
Portanto, parece-nos oportuno reafirmar nossa Fé na Igreja Católica Romana, única Igreja fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo, fora da qual não há salvação, nem possibilidade de encontrar os meios que conduzem a esta; em sua constituição monárquica, desejada por Nosso Senhor, que faz com que o poder supremo de governo sobre toda a Igreja recaia somente sobre o Papa, Vigário de Cristo na terra; na realeza universal de Nosso Senhor Jesus Cristo, criador da ordem natural e sobrenatural, ao qual todo homem e toda sociedade deve se submeter.
Sobre todas as inovações do Concílio Vaticano II, que permanecem manchadas de erros, e sobre as reformas que dele provieram,  a Fraternidade somente pode continuar aderindo às afirmações e ensinamentos do Magistério constante da Igreja; ela encontra seu guia neste Magistério ininterrupto que, por seu ato de ensinar, transmite o Depósito revelado em perfeita harmonia  com tudo o que a Igreja inteira acreditou sempre e em todo lugar.
Igualmente, a Fraternidade encontra seu guia na Tradução constante da Igreja, que transmite e transmitirá, até o fim dos tempos, o conjunto dos ensinamentos necessários para manter a Fé e para a salvação, esperando que um debate franco e sério seja possível, tendo como finalidade o retorno das autoridades eclesiásticas à Tradição.
Unimo-nos a todos os outros Católicos perseguidos em diferentes países do mundo que sofrem pela Fé Católica, e muito frequentemente até o martírio. Seu sangue derramado, em união com a Vítima de nossos altares, é a garantia da renovação da Igreja in capite et membris [Na cabeça e em seus membros], de acordo com o velho adágio “sanguis martyrum semen christianorum” [O sangue dos mártires é sementes de cristãos].
Finalmente, dirigimos à Virgem Maria, tão zelosa quanto aos privilégios de seu Divino Filho, zelosa de sua glória, de seu Reino na terra como no Céu. Quantas vezes ela interveio na defesa, inclusive armada, da Cristandade contra os inimigos do reino de Nosso Senhor! Suplicamos a Ela que intervenha hoje para expulsar os inimigos internos que tratam de destruir a Igreja mais radicalmente que os inimigos externos. Que Ela se digne manter na integridade da Fé, no amor à Igreja, na devoção ao Sucessor de Pedro, a todos os membros da Fraternidade São Pio X e a todos os sacerdotes e fiéis que trabalham com os mesmos sentimentos, para que Ela nos proteja e nos preserve tanto do cisma como da heresia.
“Que São Miguel Arcanjo nos comunique o seu zelo pela glória de Deus e a sua força para combater o demônio
“Que São Pio X nos faça partícipe de sua sabedoria, de sua ciência e de sua santidade para discernir a verdade do erro e o bem do mal, nestes tempos de confusão e de mentira”. (Dom Marcel Lefebvre, Albano, 19 de outubro de 1983).
Ecône, 14 de julho 2012

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Entrevista com Dom Bernard Fellay após a conclusão do Capítulo Geral da Fraternidade São Pio X.

Por DICI | Tradução: Fratres in Unum.com
DICI: Como se desenvolveu o Capítulo Geral? Qual foi a atmosfera?
Dom Fellay: Uma atmosfera bastante calorosa, já que o mês de julho é particularmente tórrido no Valais! Mas, ao mesmo tempo, uma atmosfera de muita aplicação, sobre os fundamentos, já que os membros do Capítulo puderam trocar opiniões livremente, como convém a uma reunião de trabalho desse tipo.

DICI: Tratou-se das relações com Roma? Houve questões que não puderam ser levantadas? Pode-se apaziguar as dissensões que se manifestaram nestes últimos tempos no seio da FSSPX?
Dom Fellay: São muitas perguntas de uma só vez! Com relação a Roma, fomos realmente às raízes das coisas e todos os capitulantes puderam ter acesso a todos os documentos. Nada foi ocultado, não há tabus entre nós. Era meu dever expor exatamente o conjunto dos documentos trocados com o Vaticano, o que havia se transformado em algo difícil por conta do clima deletério dos últimos meses. Essa exposição permitiu uma discussão franca, que esclareceu as dúvidas e dissipou as incompreensões. Isso favoreceu a paz e a unidade dos corações, e é muito reconfortante.

DICI: Como o senhor vê as relações com Roma depois deste Capítulo?
Dom Fellay: Entre nós, todas as ambiguidades foram dissipadas. Em breve, faremos chegar a Roma a posição do Capítulo, que nos deu a oportunidade de precisar nosso itinerário, insistindo sobre a conservação de nossa identidade, que é o único meio eficaz para ajudar a Igreja a restaurar a Cristandade. Porque, como manifestei recentemente, “se queremos frutificar o tesouro da Tradição para o bem das almas, devemos falar e atuar” (cf. entrevista de 8 de junho de 2012, DICI nº 256). Não podemos ficar em silêncio diante da perda generalizada da fé, nem diante da queda vertiginosa das vocações e da prática religiosa. Não podemos nos calar diante da “apostasia silenciosa” e suas causas. Porque a mudez doutrinal não é a resposta a esta “apostasia silenciosa”, da qual João Paulo II já falava em 2003.
Neste sentido, entendemos que nos inspiramos não só na firmeza doutrinal de Dom Lefebvre, mas também em sua caridade pastoral. A Igreja sempre considerou que o melhor testemunho em favor da verdade provinha da união dos primeiros cristãos na oração e na caridade. Não eram senão “um coração e uma alma”, como dizem os Atos dos Apóstolos (cap. 4,32). O boletim interno da Fraternidade São Pio X carrega o título de Cor unum, é um ideal comum, um lema para todos. Portanto, nos separamos claramente de todos os que quiseram aproveitar a situação para semear a discórdia, opondo um membro da Fraternidade a outro. Esse espírito não é de Deus.

DICI: Que considerações merece a nomeação de Dom Ludwig Müller para a Congregação para a Doutrina da Fé?
O antigo bispo de Ratisbona, onde se encontra nosso seminário de Zeitzkofen, não nos admira, e isso não é segredo para ninguém. Depois do corajoso ato de Bento XVI em nosso favor, em 2009, ele parecia ter pouco interesse em atuar no mesmo sentido e nos tratava como leprosos! Foi ele quem então declarou que nosso seminário deveria ser fechado e que nossos seminaristas deveriam reingressar nos seminários de suas regiões de origem, afirmando, sem rodeios, que “os quatro bispos da Fraternidade São Pio X devem renunciar”! (Cf. entrevista a Zeit online, 8 de maio de 2009).
No entanto, mais importante e mais inquietante para nós é papel que ele deverá assumir à frente da Congregação para a Doutrina da Fé, que deve defender a fé, cuja missão própria consiste em combater os erros doutrinais e as heresias. Porque muitos textos de Dom Müller sobre a verdade transubstanciação do pão e do vinho em Corpo e Sangue de Cristo, sobre o dogma da virgindade de Maria, sobre a necessidade dos não-católicos se converterem à Igreja Católica… são mais do que discutíveis! Não cabe dúvidas de que em outra época teriam sido objeto de uma intervenção da parte do Santo Ofício, do qual surgiu a Congregação para a Doutrina da Fé que ele encabeça atualmente.

DICI: Como se apresenta o futuro da Fraternidade São Pio X? No combate pela Tradição da Igreja, a Fraternidade continuará andando no fio da navalha?
Dom Fellay: Mais do que nunca, devemos conservar efetivamente essa linha fixada por nosso venerável fundador. É um norte difícil de manter, mas é absolutamente vital para a Igreja e para o tesouro de sua Tradição. Somos católicos, reconhecemos o Papa e os bispos, mas devemos sobretudo conservar a fé inalterada, fonte da graça de Deus. Consequentemente, devemos evitar tudo o que a coloque em perigo, sem que por isso passemos a ocular o lugar da Igreja Católica, Apostólica, Romana. Longe de nós a idéia de constituir uma Igreja paralela, exercendo um magistério paralelo!
Dom Lefebvre explicou isso muito bem já há mais de trinta anos: a única coisa que quis fazer foi transmitir o que havia recebido da Igreja bimilenar. Isso é tudo o que nós queremos seguindo a ele, porque só assim poderemos ajudar eficazmente a “restaurar todas as coisas em Cristo”. Não somos nós que romperemos com Roma, a Roma eterna, mestra da sabedoria e da verdade. Contudo, seria irreal negar a influência modernista e liberal que se difunde na Igreja desde o Concílio Vaticano II e as reformas que o seguiram. Numa palavra, guardamos a fé no primado do Pontífice Romano e na Igreja fundada sobre Pedro, mas recusamos tudo o que contribuir para a “auto-demolição da Igreja”, reconhecida pelo próprio Paulo VI em 1968. Queira Nossa Senhora, Mãe da Igreja, apressar o dia de sua autêntica restauração!

(DICI n°258)

sábado, 14 de julho de 2012

Comunicado da Casa Geral da Fraternidade Sacerdotal São Pio X.

Fonte: DICI | Tradução: Fratres in Unum.comO Capítulo Geral da Fraternidade São Pio X se encerrou neste sábado, 14 de julho de 2012, em Écône (Suíça). Unidos junto ao túmulo de Dom Marcel Lefebvre, os capitulares renderam graças a Deus pela profunda unidade que reinou entre eles ao longo desses dias de trabalho.
O Capítulo Geral endereçará, em breve, uma declaração conjunta a Roma, que então será publicada.
O Superior Geral, Dom Bernard Fellay, agradeceu profundamente a todos os sacerdotes e fiéis por suas fervorosas orações por esse capítulo.
Écône, 14 de julho de 2012

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Jovem morreu por priorizar gravidez a tratamento de câncer.



Chiara Petrillo.
Chiara Petrillo.
ROMA, segunda-feira, 18 de junho de 2012 – Salvatore Cernuzio | ZENIT.org – Neste sábado, na igreja de Santa Francisca Romana, da capital italiana, foi celebrado o funeral da jovem Chiara Petrillo, falecida depois de dois anos de sofrimento provocado por um tumor.
A cerimônia não teve nada de fúnebre: foi uma grande festa em que participaram cerca de mil pessoas, lotando a igreja, cantando e aplaudindo desde a entrada do caixão até a saída.
A extraordinária história de Chiara se difundiu pela internet com um vídeo no YouTube, que registrou mais de 500 visualizações em apenas um dia.
A luminosa jovem romana de 28 anos, com o sorriso sempre nos lábios, morreu porque escolher adiar o tratamento que podia salvá-la. Ela preferiu priorizar a gravidez de Francisco, um menino desejado desde o começo de seu casamento com Enrico.
Não era a primeira gravidez de Chiara. As duas anteriores acabaram com a morte dos bebês logo após cada parto, devido a graves malformações.
Sofrimentos, traumas, desânimo. Chiara e Enrico, porém, nunca se fecharam para a vida. Depois de algum tempo, chegou Francisco.
As ecografias agora confirmavam a boa saúde do menino, mas, no quinto mês, Chiara teve diagnosticada pelos médicos uma lesão na língua. Depois de uma primeira intervenção, confirmou-se a pior das hipóteses: era um carcinoma.
Começou uma nova série de lutas. Chiara e o marido não perderam a fé. Aliando-se a Deus, decidiram mais uma vez dizer sim à vida.
Chiara defendeu Francisco sem pensar duas vezes e, correndo um grave risco, adiou seu tratamento para levar a maternidade adiante. Só depois do parto é que a jovem pôde passar por uma nova intervenção cirúrgica, desta vez mais radical. Vieram os sucessivos ciclos de químio e radioterapia.
Francisco nasceu sadio no dia 30 de maio de 2011. Mas Chiara, consumida até perder a vista do olho direito, não conseguiu resistir por mais do que um ano. Na quarta-feira passada, por volta do meio dia, rodeada de parentes e de amigos, a sua batalha contra o dragão que a perseguia, como ela definia o tumor em referência à leitura do apocalipse, terminou.
Mas na mesma leitura, que não foi escolhida por acaso para a cerimônia fúnebre, ficamos sabendo também que uma mulher derrota o dragão. Chiara perdeu um combate na terra, mas ganhou a vida eterna e deixou para todos um testemunho verdadeiro de santidade.
“Uma nova Gianna Beretta Molla”, definiu-a o cardeal vigário de Roma, Agostino Vallini, que prestou homenagem pessoalmente a Chiara, a quem conhecera havia poucos meses, juntamente com Enrico.
“A vida é um bordado que olhamos ao contrário, pela parte cheia de fios soltos”, disse o purpurado. “Mas, de vez em quando, a fé nos faz ver a outra parte”. É o caso de Chiara, segundo o cardeal: “Uma grande lição de vida, uma luz, fruto de um maravilhoso desígnio divino que escapa ao nosso entendimento, mas que existe”.
“Eu não sei o que Deus preparou para nós através desta mulher”, acrescentou, “mas certamente é algo que não podemos perder. Vamos acolher esta herança que nos lembra o justo valor de cada pequeno gesto do cotidiano”.
“Nesta manhã, estamos vendo o que o centurião viveu há dois mil anos, ao ver Jesus morrer na cruz e proclamar: Este era verdadeiramente o filho de Deus”, afirmou em sua homilia o jovem franciscano frei Vito, que assistiu espiritualmente Chiara e a família no último período.
“A morte de Chiara foi o cumprimento de uma prece. Depois do diagnóstico de 4 de abril, que a declarou doente terminal, ela pediu um milagre: não a própria cura, mas o milagre de viver a doença e o sofrimento na paz, junto com as pessoas mais próximas”.
“E nós”, prosseguiu frei Vito, visivelmente emocionado, “vimos morrer uma mulher não apenas serena, mas feliz”. Uma mulher que viveu desgastando a vida por amor aos outros, chegando a confiar a Enrico: “Talvez, no fundo, eu não queira a cura. Um marido feliz e um filho sereno, mesmo sem ter a mãe por perto, são um testemunho maior do que uma mulher que venceu a doença. Um testemunho que poderia salvar muitas pessoas…”.
A esta fé, Chiara chegou pouco a pouco, “seguindo a regra assumida em Assis pelos franciscanos que ela tanto amava: pequenos passos possíveis”. Um modo, explicou o frade, “de enfrentar o medo do passado e do futuro perante os grandes eventos, e que ensina a começar pelas coisas pequenas. Nós não podemos transformar a água em vinho, mas podemos começar a encher os odres. Chiara acreditava nisto e isto a ajudou a viver uma vida santa e, portanto, uma morte santa, passo a passo”.
Todas as pessoas presentes levaram da igreja uma plantinha, por vontade de Chiara, que não queria flores em seu funeral. Ela preferia que cada um recebesse um presente. E no coração, todos levaram um “pedacinho” desse testemunho, orando e pedindo graças a esta jovem mulher que, um dia, quem sabe, será chamada de beata Chiara Corbela.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Chamado para destruir.

Fonte: Fratres in Unum.com

Em menos de uma semana, o novo Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé abalou a relação entre Santa Sé e Fraternidade São Pio X. Abaixo, publicamos um trecho da entrevista concedida ontem por Dom Müller ao jornal Mittelbayerische Zeitung.
O novo prefeito do Santo Ofício.
O novo prefeito do Santo Ofício.

As negociações entre o Vaticano e os irmãos da FSSPX são amigáveis, cristãs e humanas, mas claramente em formação. Quem quer se tornar Católico novamente deve reconhecer a autoridade do Papa e dos bispos. Ninguém deveria pensar poder impor suas próprias idéias sobre a Igreja Católica. As conversações em Roma não são negociações entre dois partidos. Nenhuma fraternidade religiosa pode impor condições à Igreja.
As negociações entre a FSSPX e o Vaticano vêm acontecendo desde janeiro de 2009. Quanto tempo ainda é necessário?
Com o tempo, o “ponto sem volta” está chegando e eles devem decidir: eles desejam a unidade da Igreja? Isso inclui a aceitação da forma e do conteúdo do Concílio Vaticano II, e as anteriores e posteriores afirmações e decisões do Magistério. Não há outro caminho.
A principal crítica da FSSPX é a permissão do Concílio Vaticano II para Missas na língua local ao invés do latim. Há alguma concessão?
O que pode ser concedido é o que, na realidade, pertence à diversidade da fé e vida Católicas. A reforma litúrgica do Vaticano II foi, com realismo, correta e necessária. Não se pode lançar polêmicas contra isso só porque há abusos.
A FSSPX acaba de qualificar o senhor como um herético, isto é, alguém que se separou da fé.
Não tenho que dar uma resposta a toda estupidez.

sábado, 7 de julho de 2012

Um novo Superior Geral para o Instituto do Bom Pastor. Mas…

Fonte: Fratres in Unum.com

Comunicado divulgado hoje pelo Capítulo Geral do Instituto do Bom Pastor:
Padre Roch Perrel.
Padre Roch Perrel.
O Instituto do Bom Pastor, em seu capítulo geral, o segundo depois da fundação, refletiu sobre esses seis anos decorridos e confirmou seus recentes estatutos na fidelidade aos compromissos assumidos em 2006. Sendo uma jovem fundação, o Instituto do Bom Pastor se consolida guiado pelos estatutos aprovados pela Santa Sé, em torno dos quais numerosos padres e seminaristas se uniram no serviço da Igreja. Foram eleitos: o Padre Roch Perrel, Superior Geral; Primeiro Assistente, Padre Paul Aulagnier; Segundo Assistente, Padre Leszek Krolikowski; Padre Stefano Carusi, Terceiro Conselheiro; Padre Louis-Numa Julien, Quarto Conselheiro. Invocando a proteção da Santíssima Virgem Maria e seu Divino Filho Jesus, Bom Pastor.
Padre Leszek Krolikowski
Secretário do Capítulo Geral, Courtalain, 6 de julho de 2012.
Padre Roch Perrel, atual reitor do Seminário São Vicente e antigo Superior do Brasil, é o novo Superior Geral do Instituto do Bom Pastor. Félicitations, Monsieur l’Abbé!
Todavia, este comunicado não está divulgado em nenhum veículo oficial do Instituto. E o site oficial adverte a respeito: “Toda comunicação oficial do Instituto do Bom Pastor deve, evidentemente, ser publicada neste site”. O que ocorre, então?
Ao que tudo indica, houve uma cisão no Capítulo. Os velhos dirigentes parecem não aceitar a nova composição de governo do IBP.
Em seu blog, o [ex?] Superior Geral enigmaticamente aborda o assunto. Ele evoca o Direito Canônico para afirmar que, uma vez proclamado o resultado do Capítulo e tendo o eleito aceitado o encargo, apenas uma instância superior poderia contestar tal decisão. E assina, após insinuar um recurso à Sé Apostólica ["todos os caminhos levam a Roma..."]: “Padre Phillippe Laguerie, Superior Geral do Instituto do Bom Pastor”.
Fora o Padre Laguerie reeleito e, uma vez contestada a sua reeleição, outro superior acabou escolhido? Não está a nosso alcance saber.
Até que a situação se esclareça, o que podemos inferir do comunicado (ainda não divulgado em nenhum outro meio, mas cuja autenticidade foi diligentemente certificada pela nossa edição) é a vitória interna dos “compromissos assumidos em 2006″, caracterizados especificamente pelo Rito Latino Gregoriano enquanto “exclusivo” do Instituto e pelo serviço de uma “crítica séria e construtiva” aos textos do Concílio Vaticano II.
Já abordamos as divergências no IBP e a insurgência da Comissão Ecclesia Dei contra esses mesmíssimos princípios fundacionais aqui.
A nova direção do IBP é composta por padres jovens — com exceção do Pe. Aulagnier, braço direito de Dom Lefebvre por décadas — comprometidos com as razões originais pelas quais “se uniram no serviço da Igreja”. Padre Carusi, editor de Disputationes Theologicae,  assume posto de importância, enquanto seu franco opositor, Padre De Tanöuarn, antigo Primeiro-Assistente, cai no ostracismo.
No mês passado, a carta aos amigos e benfeitores do seminário do Instituto já afirmava: o Capítulo Geral “é também o momento de examinar a fidelidade dos padres aos princípios fundadores do Instituto, tanto doutrinais como pastorais ou espirituais [...] Alguns até pensaram que o IBP, sendo fruto do encontro surpreendente de personalidades fortes (os padres Laguérie, Tanoüarn e Héry),  não poderia formar uma comunidade. Os mesmos previam uma explosão em pouquíssimo tempo. Vários anos depois, o IBP ainda está aí, mesmo que haja divisões em suas fileiras”.
Resta agora saber como e se o Instituto sobreviverá a esta que é, até agora, a sua mais árdua prova.

terça-feira, 3 de julho de 2012

1° missa do Padre Daniel Pinheiro

Foi ordenado por S. Exc Dom Fernando José Monteiro Guimarãe, C.SS.R, em 29 de junho de 2012.
É o primeiro Padre Brasileiro no IBP.